De tempos em tempos, escutamos o que devemos ou não fazer de acordo com a nossa idade ou gênero. Felizmente, a mentalidade da sociedade vem mudando mas, tratando-se de um processo, certas coisas são mais lentas do que outras. Felizmente a área dos games evolui naturalmente mais rápido e, por isso, tornou-se popular entre todos os públicos. O cenário também se destaca em Mato Grosso e prova que esse setor pode ser bastante heterogêneo. Além de poder ser uma profissão ou um passatempo, jogar games estimula o raciocínio, as habilidades físicas e a socialização. E quais são os interesses desse público tão variado?
Os gêneros mais populares
Os chamados E-sports oferecem diversos gêneros. Classificados de acordo com o estilo e o segmento, podem ser de ação, luta, simulação e aventura. Entre os principais estão FPS (First Person Shooter ou “tiro em primeira pessoa”), MOBA (Multiplayer Online Battle Arena – “arena de batalha online para vários jogadores”) e Battle Royale.
O MOBA é o mais popular, misturando estratégia e ação. Faz parte da modalidade dos jogos de RPG online, encontrados em plataformas onde os usuários podem baixar jogos gratuitos e se conectar a uma comunidade mundial de jogadores nos chats online. Esses jogos são disputados entre equipes, cujo objetivo é destruir a base oponente.
Um dos mais populares do gênero é o game Dota 2, que tem atraído o público mais velho: “Desde então, não parei mais de jogar! Dota 2 é o game que mais jogo. Me aventurei por outros tipos de jogos, mas o MOBA é o estilo que mais gosto,” conta a aposentada de 61 anos Lucimar Moita Figo ao site Technoblog.
Já o Battle Royale, mesmo sendo recente (popularizou-se em 2017), é perfeito para quem gosta de batalhas de sobrevivência e busca por equipamentos, além de explorar territórios e decifrar mapas. O FPS, por sua vez, traz jogos de pontaria afiada, e a ação do personagem é controlada pelo jogador a partir do seu campo de visão.
Cenário mato-grossense
O Mato Grosso entrou na onda dos E-sports profissionais e um time bem heterogêneo, formado há pouco tempo, vem se destacando e representando o estado em diversas competições. A equipe já ganhou alguns títulos, sendo campeã da Série C no campeonato nacional de 2022, e atualmente está jogando pela Série B da mesma competição.
Tudo começou depois que um dos fundadores, Leonardo Rosa, assistiu a um campeonato na Polônia: “Em 2019 nós fomos para a Polônia ver um campeonato de Counter Strike e surgiu a ideia de criar uma organização porque iríamos englobar vários jogos. Em 2021 a gente já vinha estudando e teve um campeonato em Cuiabá. Conheci um atleta que pediu para jogar e estamos juntos até hoje”, disse.
O elenco conta com jogadores de várias idades e busca se diversificar. Após o êxito do time masculino, foi montada também uma equipe feminina de cinco e-atletas. Uma das representantes é Sara Meira Mendes, que vive em Mato Grosso. Essa diversidade é um bom exemplo de que na indústria dos games há espaço para inovação.
3ª idade
De acordo com Ana Lucia Nakamura, pesquisadora de jogos digitais e não digitais com idosos, estudos apontam os games como complemento para o estímulo do desenvolvimento físico e cognitivo, ou mesmo como auxílio na socialização de pessoas acima dos 60 anos. Além disso, alguns funcionam como complemento de tratamentos médicos.
São muitos os benefícios trazidos pelos games, que cada vez mais se tornam uma forma de passatempo e entretenimento para os mais variados tipos de público e faixas etárias. Afinal, a diversão, o dinamismo e o bem-estar estão ao alcance de todos.