A amamentação traz benefícios para a saúde das crianças como redução da mortalidade infantil e de doenças como diarreia e alergias. Há oito meses, quando o pequeno João chegou, a mãe, Thálita Ferreira Franco, de 21 anos, já sabia disso. Ela não abre mão de amamentar e é uma incentivadora do aleitamento materno.
Foi ainda durante a gestação que começou a estudar sobre a amamentação. “Achei importante amamentar o meu bebê porque eu sabia que isso ia proteger ele de várias doenças, ia fazer o crescimento dele ser mais saudável”, disse.
Além dos benefícios para a saúde, Thálita disse que outro ponto positivo da amamentação é o fortalecimento do vínculo afetivo com o bebê. E estimula outras mulheres a amamentarem.
“Mamães que estão grávidas e vão ganhar bebê, amamentem se possível. Existem casos em que infelizmente, não é possível a amamentação, mas amamentem, o aleitamento materno é muito importante e todos nós devemos incentivar porque são só benefícios para a mãe e o bebê”, disse a mãe do João.
Para incentivar que cada vez mais mulheres sigam o mesmo caminho de Thálita, o Ministério da Saúde lançou nesta terça-feira (4) a campanha “Apoie a amamentação: proteger o futuro é um papel de todos”. A campanha publicitária será veiculada entre 4 e 17 de agosto em meios de comunicação como rádio, televisão e internet.
Além disso, cartazes e folderes, explicam os benefícios da amamentação. As peças trazem a imagem do pai ao lado mãe durante a amamentação. Esse apoio familiar incentivado pela campanha, é apontado como fundamental por Thálita Ferreira para que a mulher possa ter a tranquilidade e o tempo necessário para amamentar.
“Uma das coisas mais importantes para minha amamentação foi a rede de apoio, sem meu esposo, minha mãe, irmãs, meu pai, avós, provavelmente eu não teria conseguido amamentar da maneira que amamento hoje, que é em livre demanda. Principalmente porque vivemos numa sociedade que incentiva muito o uso da mamadeira e às vezes caímos nessa e esquecemos dos benefícios da amamentação pra mãe e pro bebê”, relatou.
Mais saúde
Os benefícios do leito materno para a saúde da criança são atestados por Fabíola Bueno de Sousa, mãe de duas meninas. Ela não conseguiu amamentar a primeira filha e disse que a experiência foi frustrante. “A mais velha não consegui amamentar e com três meses meu leite secou, por falta de orientação”, contou.
Mas quando nasceu a segunda filha, Alice, foi diferente. Fabíola não teve mais problemas e conta que o leite materno fez a diferença na saúde da caçula.
“Ela nunca ficou doente. A mais velha ficou doente todos os meses até os 7 anos. Minha filha mais nova nunca ficou doente, nunca teve uma dor de ouvido, de garganta, um resfriado, absolutamente nada. Isso é uma prova de que a amamentação realmente vale a pena acontecer na vida dos nossos filhos”.
E completou: “É a coisa mais prazerosa que existe na vida de uma mulher, mais satisfatória de ver seu filho engordando, crescendo”.
O Ministério da Saúde destacou que o leite materno reduz em 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos e diminui o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta. Além disso, reduz a chance da mulher desenvolver câncer de mama e de ovário
Doação de leite materno
Em maio, no Dia Mundial da Doação de Leite Materno, o Ministério da Saúde lançou uma campanha permanente para incentivar a doação e não deixar cair os estoques dos bancos de leite em meio à pandemia do novo coronavírus. Com o tema “Doe Leite Materno. Nessa corrente pela vida, cada gota faz a diferença”, o objetivo é incentivar a doação durante todo o ano.
A doação de leite é fundamental para os bebês prematuros e que nascem com baixo peso e não podem ser amamentados pela própria mãe. De acordo com o Ministério da Saúde, um litro de leite materno doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia. Dependendo do peso do prematuro, 1 ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez em que ele for alimentado.
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora. Basta ser saudável e não tomar nenhum medicamento que interfira na amamentação. Não há um volume mínimo para doação.
Se a mãe tiver alguma dúvida pode ligar para o banco de leite mais próximo ou para o número 136 do Sistema Único de Saúde (SUS).