Redes sociais: Alerta vermelho para a saúde mental das crianças e adolescentes

Fonte: CenárioMT

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Cirurgião geral dos EUA pede rótulo de aviso urgente em plataformas digitais

O Cirurgião Geral dos EUA, Dr. Vivek Murthy, soou o alarme sobre os perigos das redes sociais para a saúde mental das crianças e adolescentes, exigindo ações urgentes para proteger a juventude. Em um artigo de opinião no New York Times e em entrevistas subsequentes, Murthy defendeu a rotulagem das plataformas de mídia social com avisos sobre seus riscos potenciais, similarmente aos rótulos de alerta em cigarros e álcool.

Murthy baseia suas preocupações em pesquisas alarmantes, como um estudo da American Medical Association de 2019 publicado na JAMA, que demonstra que adolescentes que passam três horas por dia nas redes sociais dobram o risco de depressão. Dados da Gallup indicam que adolescentes dedicam quase cinco horas diárias a aplicativos de redes sociais.

Reconhecendo a necessidade de medidas legislativas, Murthy solicita ao Congresso a aprovação de um projeto de lei que exija a rotulagem das plataformas com avisos sobre os riscos à saúde mental dos adolescentes. Segundo ele, “um rótulo de aviso do cirurgião geral lembraria regularmente aos pais e adolescentes que as redes sociais não foram provadas como seguras.”

Paralelos com o sucesso do combate ao tabagismo

Redes sociais: Alerta vermelho para a saúde mental das crianças e adolescentes
Vivek Murphy

Murthy traça um paralelo com os rótulos de alerta em produtos de tabaco, implementados pela primeira vez em 1965, que contribuíram para o declínio constante do consumo de cigarros nas últimas décadas.

O Congresso há muito critica as empresas de tecnologia por seu papel na amplificação de perigos para as crianças. CEOs de gigantes como a Meta foram interrogados no Capitólio, com Mark Zuckerberg se desculpando publicamente por falhas em proteger jovens vítimas de bullying e assédio online. Apesar disso, o Congresso ainda não tomou medidas significativas para restringir o uso de redes sociais por crianças.

Murthy enfatiza a urgência de ações para proteger as crianças, afirmando: “Não apenas as empresas não demonstraram que suas plataformas são seguras para crianças, mas há crescentes evidências de danos.” Ele sugere que os pais limitem o tempo de tela de seus filhos, recomendando que 13 anos seja a idade mínima para o uso de redes sociais.

Histórico de alertas e recomendações para mitigar os riscos

Em maio de 2023, Murthy emitiu um parecer alertando sobre a falta de evidências que comprovem a segurança das redes sociais para a saúde mental de crianças e adolescentes, classificando seu uso como um “risco profundo de danos”. Ele recomendou que escolas se tornem ambientes livres de celulares, restringindo o uso de redes sociais até o final do ensino fundamental.

Vários estados americanos estão trabalhando em legislações para aumentar a idade mínima para o uso de redes sociais ou restringir recursos viciantes como algoritmos de engajamento. O governador da Flórida, Ron DeSantis, assinou uma lei que proíbe contas de redes sociais para menores de 14 anos, enquanto Nova York aprovou uma lei que impede o uso de algoritmos nos feeds de crianças e limita o compartilhamento de dados de menores de 18 anos.

Murthy reconhece que a rotulagem não é uma solução completa, defendendo a colaboração entre pais e comunidades para estabelecer regras compartilhadas e monitorar o uso de redes sociais por crianças. Ele ressalta: “Isso é muito mais fácil de dizer do que fazer, por isso os pais devem trabalhar juntos com outras famílias…”

Esta é uma análise da postura do Cirurgião Geral dos EUA sobre os riscos das redes sociais para a saúde mental das crianças. A mensagem central é um alerta vermelho e um chamado à ação para proteger a juventude dos perigos das plataformas digitais. A responsabilidade recai sobre governos, empresas, pais e comunidades para trabalharem juntos e implementarem medidas eficazes para garantir o bem-estar mental da próxima geração.

Um criador de conteúdo e entusiasta de jogos e tecnologia, trabalha como redator, analista de TI e game designer no tempo livre.