Especialista prevê que Inteligência Artificial estará ainda mais presente no dia a dia em 2026

Engenheiro da UFRGS e membro do IEEE aponta avanço da IA, IoT e Edge Computing como motores da próxima transformação tecnológica

Fonte: CenárioMT

Tendências tecnológicas para 2026, segundo especialista do IEEE
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A Inteligência Artificial (IA) deve se tornar ainda mais integrada ao cotidiano das pessoas a partir de 2026, ampliando sua presença em atividades como criação de textos, imagens, músicas, códigos de programação e até na tomada de decisões complexas. A avaliação é do engenheiro Jéferson Campos Nobre, membro do IEEE — a maior organização técnica profissional do mundo — e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Segundo o especialista, os avanços recentes e futuros da IA generativa permitirão que sistemas automatizados criem conteúdos originais com mais rapidez, precisão e segurança, ao mesmo tempo em que assistentes virtuais inteligentes passarão a compreender contextos, antecipar necessidades e apoiar decisões humanas em tempo real.

“Estamos entrando em uma fase em que a Inteligência Artificial deixa de ser apenas uma ferramenta experimental e passa a atuar como um apoio contínuo às atividades humanas, desde tarefas simples do cotidiano até áreas críticas como saúde, educação, indústria e segurança pública”, explica Nobre.

Jéferson Campos Nobre, membro do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE)
Jéferson Campos Nobre, membro do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE)

IA, IoT e Edge Computing devem ganhar força em 2026

Além da Inteligência Artificial, Jéferson Nobre destaca o fortalecimento da Internet das Coisas (IoT) integrada à Edge Computing — também chamada de computação de borda — como uma das principais tendências tecnológicas para os próximos anos.

Essa combinação permite que dados sejam processados mais próximos dos dispositivos e sensores, reduzindo atrasos, aumentando a eficiência e elevando os níveis de segurança, sem depender exclusivamente de servidores em nuvem.

“Com a Edge Computing, parte do processamento deixa de ir para a nuvem e passa a acontecer perto dos sensores e dispositivos. Isso reduz significativamente a latência e melhora a segurança das aplicações”, detalha o engenheiro.

Na prática, essa arquitetura favorece aplicações que exigem decisões em tempo real, como veículos autônomos, sistemas industriais avançados, monitoramento urbano e soluções para cidades inteligentes.

Impacto das redes 6G e novas infraestruturas digitais

Outro fator decisivo para essa transformação, segundo o especialista da UFRGS, será o avanço das redes móveis de sexta geração (6G). A expectativa é que a tecnologia ofereça velocidades até 100 vezes superiores ao 5G, além de latência ultrabaixa e maior confiabilidade.

Esse salto tecnológico deve viabilizar aplicações mais complexas de Inteligência Artificial distribuída, realidade estendida, automação avançada e sistemas críticos que exigem resposta instantânea.

Especialista do IEEE aponta a Edge Computing como caminho para processar dados mais perto do usuário, com impacto direto no avanço de carros autônomos, Indústria 4.0 e cidades inteligentes.
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Uso ético da IA e proteção de dados ganham protagonismo

Apesar dos avanços, Jéferson Campos Nobre alerta que o crescimento da Inteligência Artificial traz desafios relevantes, especialmente no que diz respeito ao uso ético, à proteção de dados e à responsabilidade legal.

Entre os principais pontos de atenção estão:

  • redução de viés algorítmico e discriminação;
  • proteção da privacidade dos usuários;
  • definição de responsabilidades em decisões automatizadas;
  • segurança de dados em ambientes de nuvem e borda.

O especialista também destaca a importância da computação confidencial, tecnologia que permite o processamento de dados criptografados na nuvem, impedindo acessos indevidos até mesmo por administradores dos sistemas.

“Para que essas soluções sejam confiáveis, será indispensável investir fortemente em segurança cibernética e em políticas claras de governança tecnológica”, ressalta.

Tecnologia, ciência e responsabilidade social

Para o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e membro do IEEE, o ano de 2026 marcará uma fase de profundas transformações na engenharia da computação e nas tecnologias digitais, com sistemas cada vez mais inteligentes, integrados e autônomos.

No entanto, ele reforça que o avanço tecnológico só será positivo se caminhar junto com responsabilidade social, ética e transparência.

“O progresso tecnológico precisa andar lado a lado com a proteção das pessoas, da sociedade e dos dados. Esse equilíbrio será decisivo para que a Inteligência Artificial cumpra seu papel de melhorar a vida humana”, conclui Jéferson Campos Nobre.

Conteúdo baseado em análises técnicas, acadêmicas e tendências globais da engenharia e da computação.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.