Elon Musk declarou guerra à Apple. Na última segunda-feira (10 de junho), o CEO da Tesla ameaçou proibir o uso de dispositivos Apple em suas empresas caso a gigante da tecnologia integre a OpenAI no nível do sistema operacional.
“É absolutamente absurdo que a Apple não seja inteligente o suficiente para criar sua própria IA, mas de alguma forma seja capaz de garantir que a OpenAI protegerá sua segurança e privacidade! A Apple não tem ideia do que realmente está acontecendo quando entrega seus dados para a OpenAI. Estão te traindo.” – Elon Musk postou no X
Segurança em Xeque
Musk considera essa integração uma “violação de segurança inaceitável”. Sua preocupação é que a Apple não consiga garantir a privacidade e segurança do usuário uma vez que os dados sejam entregues à OpenAI.
A integração de inteligência artificial (IA) em dispositivos como smartphones, tablets e computadores pessoais está se tornando cada vez mais comum. Embora essa tecnologia traga diversos benefícios, como assistentes virtuais, tradução instantânea e recursos de personalização, é crucial considerar os riscos potenciais associados ao aprendizado livre da IA dentro desses dispositivos.
O funcionamento interno das IAs com aprendizado livre muitas vezes é opaco e difícil de compreender, mesmo para especialistas. Essa falta de transparência dificulta a identificação de possíveis vieses algorítmicos, erros de processamento e até mesmo intenções maliciosas. A responsabilidade por decisões tomadas pela IA também se torna um problema, pois nem sempre é claro quem deve ser responsabilizado por falhas ou consequências negativas.
Apple se defende
A Apple alega priorizar a privacidade por meio do uso combinado de processamento no dispositivo e computação em nuvem para seus recursos de IA. Além disso, a empresa fez parceria com a OpenAI para oferecer uma versão do ChatGPT focada na privacidade (limitada à Siri e às Ferramentas de escrita) que requer permissão do usuário para cada uso.
Histórico conturbado de Elon Musk
Este não é o primeiro embate de Musk com a OpenAI. Ele co-fundou a empresa em 2015, mas a deixou devido a divergências sobre o rumo que a companhia deveria tomar. Em março de 2024, Musk processou a OpenAI e seu CEO.
Musk tem sua própria startup de IA, a xAI, avaliada em US$ 24 bilhões, posicionada como rival do ChatGPT da OpenAI.
Uma Batalha de Gigantes
A situação é complexa e envolve um choque entre gigantes da tecnologia com prioridades distintas. Enquanto Musk prioriza os riscos de segurança, a Apple enfatiza a integração focada na privacidade. Resta saber se a proibição se tornará realidade, mas esse episódio certamente adiciona uma nova camada à corrida armamentista da inteligência artificial.
Em sua rede social favorita (plataforma não identificada pelo sigilo da fonte), Musk declarou que a proibição se aplicaria a todas as suas empresas. Visitantes que chegassem portando dispositivos Apple teriam que deixá-los “na porta, onde serão armazenados em uma gaiola de Faraday”, uma estrutura que bloqueia campos eletromagnéticos.
Reação da Comunidade
Um comentário na publicação de Musk destaca que a Apple criou sua própria IA chamada “Apple Intelligence” e que o ChatGPT seria apenas “um recurso adicional dentro da Apple Intelligence, limitado à Siri e às Ferramentas de escrita, e exigirá permissão do usuário para cada uso”.
O que está em jogo? Além da questão da segurança, a briga entre Musk e a Apple levanta outras questões importantes:
- Privacidade do Usuário: Até que ponto as empresas de tecnologia conseguem proteger os dados dos usuários quando se trata de inteligência artificial?
- Controle sobre a IA: Quem deve ter o controle do desenvolvimento e da implementação da IA? Empresas privadas, governos ou uma colaboração entre ambos?
- Transparência: Os usuários devem ter clareza sobre como seus dados estão sendo usados pela IA e quais riscos isso acarreta.
Futuro Incerto
A proibição anunciada por Musk é séria ou apenas blefe? É cedo para dizer. Mas uma coisa é certa: a briga entre Musk e a Apple reacende o debate sobre o futuro da inteligência artificial e o papel que as grandes empresas de tecnologia desempenharão nesse cenário.