A Polícia Federal deflagrou a Operação Slim nesta quinta-feira (27) para desarticular um esquema responsável por produzir, fracionar e comercializar clandestinamente o princípio ativo tirzepatida, presente em medicamentos injetáveis voltados ao tratamento de diabetes e controle de peso. Segundo os investigadores, o material era distribuído sem qualquer garantia de qualidade ou condições adequadas de esterilidade, o que ampliava os riscos ao consumidor.
Conhecida comercialmente como Mounjaro, a substância era manipulada em estruturas irregulares. Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, abrangendo clínicas, laboratórios, estabelecimentos comerciais e residências ligadas ao grupo investigado.
Os agentes localizaram joias, veículos de luxo e até uma aeronave particular atribuídos aos integrantes da quadrilha. A PF informou que havia indícios de produção em série em escala industrial, prática proibida no modelo de manipulação autorizado por lei.
De acordo com a corporação, o grupo mantinha uma estrutura de fabricação incompatível com padrões sanitários, realizando etapas de envase, rotulagem e distribuição de forma irregular.
As apurações revelaram ainda que a venda clandestina ocorria pela internet, apoiada por estratégias de marketing digital para impulsionar o alcance dos anúncios.
A PF afirmou que as ações visam interromper a atividade ilegal, identificar todos os responsáveis pela cadeia de produção e recolher materiais que subsidiem análises laboratoriais e perícias técnicas. A operação teve suporte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária e das vigilâncias sanitárias estaduais de São Paulo, Bahia e Pernambuco.
