Sedentarismo e má alimentação contribuem para avanço da hipertensão

Fonte: Artigo enviado por Plena Estratégias

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Cardiologista Juliana Tranjan explica que aumentou o tempo de lazer em frente à TV e estimativas mostram que mortes por doenças cardiovasculares já beiram 150 mil só em 2022. Para nutricionista Tatiana Pontes, alimentação também tem papel fundamental na prevenção.

Dia Mundial da Hipertensão Arterial, lembrado em 17 de maio, tem mais motivos para existir em 2022. Isso porque o lazer sedentário ganhou ainda mais espaço durante a pandemia do novo coronavírus e, com isso, o risco de doenças cardiovasculares como a hipertensão arterial também cresceu. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), essas doenças representam a principal causa de mortes no País atualmente, com o “cardiômetro” estimando quase 150 mil mortes até aqui.

Ao mesmo tempo, a médica cardiologista Juliana Coragem, membro da Singulari Medical Team, ressalta que os casos de hipertensão vêm aumentando ano após ano. Já a nutricionista Tatiana Pontes reforça a importância da alimentação nesse quadro.

Lazer sedentário e pandemia

De acordo com os dados mais recentes do Ministério da Saúde, os óbitos motivados por hipertensão arterial saltaram de 47.288 em 2015 para 53.022 em 2019. Além disso, no último levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 40,3% da população com mais de 18 anos de idade foi classificada como “insuficientemente ativos”. Isso significa que toda essa parcela de brasileiros não pratica nenhuma atividade física ou fica abaixo de 2h30 semanais, incluindo lazer, trabalho e deslocamento.

Segundo a cardiologista, esse quadro se agravou ainda mais ao longo da pandemia. “As pessoas, com medo de se contaminarem com o novo coronavírus, deixaram de fazer atividades físicas e passaram mais horas em casa. Com isso, as horas de lazer sedentário aumentaram”, pontua a especialista.

Como explica a médica, estudos apontam que, no Brasil, o tempo na frente da TV aumentou de duas horas e 12 minutos para três horas e 15 minutos entre pessoas com idade 50 e 59 anos, por exemplo. “Quanto maior o tempo de lazer sedentário, seja em frente à TV ou de qualquer outro tipo, maior também o risco para doenças cardiovasculares”, ressalta.

Com base na avaliação de registro da saúde e estilo de vida no Canadá, os pesquisadores da Universidade de Calgary descobriram que adultos com menos de 60 anos que gastam oito ou mais horas do dia em lazer sedentário têm sete vezes mais chance de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo. Por aqui, ainda de acordo com os números da SBC, estima-se que mais de 11 mil dos óbitos goianos em 2020 tenham sido motivados por doenças cardiovasculares.

Inimigo oculto

Além da falta de exercícios, a nutricionista Tatiana Pontes explica que a presença excessiva de sódio em uma série de alimentos também é um dificultador. “Existem muitos alimentos que têm o sódio ‘escondido’ em sua composição. São principalmente alimentos industrializados como molhos prontos, queijos amarelos, embutidos são produtos que têm muito sal em sua composição e devem ser evitados”, recomenda.

Para a cardiologista Juliana Tranjan, quando combinado à falta de sintomas comum à hipertensão pode ter resultados mais graves. Diante disso, ela reforça a importância da adoção de hábitos saudáveis. “A pessoa que é sedentária deve iniciar uma atividade física de forma rotineira e regrada, pessoas obesas ou com sobrepeso devem perder peso, pois isso ajuda muito no controle da hipertensão”, aconselha.

Já Tatiana Pontes reforça a necessidade de controlar a ingestão de sódio. “É fundamental evitar alimentos processados e reduzir a ingesta de sal. A ingestão recomendada é de 2 gramas ao dia, o que é equivalente a uma colher de chá aproximadamente”, completa.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.