A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) alerta a população para a importância do diagnóstico precoce da hanseníase. A doença é crônica e transmissível, mas tem cura e pode ser tratada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS), nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou unidades especializadas da SES.
Mato Grosso é o estado com as maiores taxas de detecção de hanseníase do país, com um total de 4.212 casos registrados em 2023. Por esse motivo, o Estado é reconhecido como hiperendêmico.
Você sabia que Hanseníase tem tratamento e cura? Diagnóstico precoce é fundamental
Os principais sintomas da hanseníase são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica ao calor e frio, ao tato e à dor.
Também podem ocorrer áreas com diminuição dos pelos e do suor; dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; inchaço de mãos e pés; diminuição da sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés; úlceras de pernas e pés; caroços (nódulos) no corpo; febre, edemas e dor nas articulações; entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz e nos olhos.
“Se a pessoa identificou algum desses sintomas, é importante não ficar com medo ou vergonha de procurar uma unidade de saúde. O diagnóstico tardio pode causar lesões neurais, acarretando um alto poder de incapacidade física. Já o diagnóstico ágil acelera a cura da doença”, alerta a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Alessandra Moraes.
O tratamento da hanseníase é feito com medicamentos fornecidos gratuitamente pelo SUS. O esquema terapêutico consiste em uma única dose diária de rifampicina, clofazimina e dapsona, durante seis meses.
Após o diagnóstico de um caso de hanseníase, todos aqueles que moram na mesma residência do paciente também fazem exames médicos. Aqueles que não forem diagnosticados com a doença passam por uma investigação dermatoneurológica, que é realizada uma vez ao ano, durante cinco anos, com o objetivo de descartar a possibilidade da transmissão.
Para fortalecer a rede de atendimento à hanseníase em Mato Grosso, a SES-MT realiza diversas ações, como:
Repasse financeiro mensal de R$ 10 mil para cada um dos municípios de Alta Floresta, Barra do Garças, Juara, Juína, Tangará da Serra e Várzea Grande manterem os Ambulatórios de Atenção Especializada Regionalizados (AAER);
Capacitação de profissionais do SUS que atendem pacientes com a doença;
Formação de médicos especialistas em hansenologia.
A SES-MT trabalha para formar um total de 200 profissionais da saúde, entre médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros, para o atendimento especializado e multidisciplinar da hanseníase.
O diagnóstico precoce da hanseníase é fundamental para o tratamento eficaz da doença e para a prevenção da transmissão. Por isso, é importante que a população esteja atenta aos sintomas e procure uma unidade de saúde caso identifique algum deles.