Muito se acredita popularmente que requentar o café pode gerar efeitos adversos. Mas, afinal, café requentado faz mal para a saúde?
De acordo com a endocrinologista e metabologista da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) Thais Mussi, a resposta é sim.
Isso ocorre porque, além da destruição do aroma e o gosto de queimado, há uma degradação de substâncias, como óleos e da própria cafeína.
A nutricionista Gabriela Cilla complementa: “Isso vem do conceito amargo, que aumenta a nossa salivação, nossa produção de enzimas hepáticas, e quando requentamos, há uma maior degradação [do conceito amargo]. Então os óleos essenciais, a cafeína, que dão esse sabor amargo, acabam ficando com um gosto de queimado. Essa reação química faz com que caia a qualidade do café.”
Dada essa mudança nos aromas, a toxicidade pode se apresentar com sintomas como azia, indigestão, dores de cabeça e até mesmo o refluxo.
Assim, as especialistas alegam que não há um modo de reaquecer o café que seja considerado seguro ou não provoque efeitos tóxicos.
O ideal é sempre fazer o café e consumi-lo na hora, ou no máximo deixar a água quente em uma garrafa térmica para poder passá-lo posteriormente.
“Após 25 minutos, aproximadamente, começa o processo de oxidação do café. O ideal, realmente, é fazer um café fresquinho e tomá-lo em uma hora, no máximo”, explica Thais.
Caso haja uma sobra grande da bebida, o recomendado é descartar e fazer uma nova, complementa Gabriela.
Outra alternativa que a nutricionista oferece é a mudança na preparação, utilizando o café que já perdeu a temperatura e, assim, consumir em macchiato ou smoothie, que levam a bebida fria ou gelada.
Caso a pessoa já tenha bebido o café requentado, a endocrinologista afirma que é possível contornar os efeitos tóxicos elevando o consumo de água após a ingestão.