Alimentos com carunchos: nutricionista esclarece sobre prejuízos à saúde

Especialistas da Unic dão dicas de como evitar a reprodução e desenvolvimento dessa infestação

Fonte: CenarioMT

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Quem nunca pegou um pacote de alimento aberto no armário e percebeu alguns bichinhos na embalagem? Esses insetos, conhecidos como carunchos, são classificados como pequenos besouros, com tamanho em torno de 3 milímetros, e com reprodução dependente de fatores como umidade e temperatura. Muitas pessoas se desfazem dos alimentos contaminados pela praga, mas a sua ingestão realmente faz mal à saúde?

De acordo com a coordenadora de Nutrição da Universidade de Cuiabá (Unic), professora Jakeliny Kriki, “produtos com carunchos podem ter a sua qualidade e o valor nutricional comprometidos pois os animais citados, em si, não fazem mal a saúde, no entanto, podem ser vetores de fungos e outros parasitas, que produzem toxinas nos alimentos, prejudicando a saúde”, pontua.

O caruncho pode se desenvolver em todos os tipos de alimentos, principalmente nos secos, como farinhas, massas secas (macarrão e outras), chás, biscoitos, leguminosas (feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, soja) e cereais (arroz, milho de pipoca). “Quando há muito caruncho em um pacote, há também muitos ovos e larvas, que se desenvolverão ali, podendo ainda migrar para outros produtos. No entanto, nos alimentos ricos em sódio essas pragas não costumam se desenvolver devido a composição da substância”, explica.

Segundo o professor do curso de Gastronomia da Unic, Marcus Vinícius, o problema pode ser evitado quando o consumidor está atento às condições de armazenamento no momento da aquisição. “É preciso checar a higiene do ambiente, se está empoeirado ou não, se há algum inseto etc.”, explica. O especialista diz ainda que o consumidor deve calcular a quantidade necessária antes de comprar. “O correto é não comprar em grande quantidade sem planejamento de uso”, orienta.

Jakeliny explica que o controle da proliferação do inseto deve ser feito ainda na plantação, mas há casos em que eles sobrevivem ao processo de beneficiamento ou de embalagem dos produtos, e a infestação geralmente começa a partir de um alimento adquirido já contaminado. Com condições climáticas favoráveis, eles se desenvolvem com mais facilidade. Marcus indica observar a embalagem dos produtos e manter a integridade após a compra “Qualquer buraco pode favorecer a entrada dos animais. Após a abertura do produto, deve-se fazer o armazenamento e fechamento de forma hermética para aumentar a durabilidade do produto”, comenta.

No caso dos alimentos industrializados, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tolera alguns fragmentos de insetos, mas a professora alerta que há um risco nesse aproveitamento. “Recomendo descartar o produto quando identificado a presença insetos, pó no fundo do pacote e a identificação de larvas”, informa a docente.

Os professores orientam que na hora da faxina é necessário observar a presença de carunchos. Caso eles sejam encontrados é recomendado que os armários, prateleiras e outras áreas de armazenagem sejam esvaziados e as superfícies devem ser higienizadas com um pano limpo. “O aspirador de pó deve ser utilizado para garantir a limpeza de quinas e frestas, pois esses lugares podem ter ovos de carunchos e baratas. Finalize a limpeza com água e sabão”.

Veja algumas dicas valiosas para acondicionar os alimentos corretamente e evitar a presença desses insetos no seu armário:

– Observe a embalagem dos alimentos na compra, se existem furos, poeira, além de verificar a presença de insetos no ambiente e a validade do produto;

– Após abrir as embalagens de cereais, farinhas ou massas, transfira o conteúdo para potes bem fechados. Os carunchos não terão como sobreviver ali dentro. Guardar esses alimentos na geladeira também é uma opção para evitar a proliferação;

– Coloque etiquetas com data de validade em cada recipiente. Ingredientes fora do prazo deverão ser descartados para evitar riscos sanitários. Os alimentos secos após abertos devem ter em torno de 1 mês de validade. Caso haja, siga as orientações do fabricante;

– Se for estocar esses alimentos, é necessário inspeção periódica, para a existência de furos, rasgos ou presença de insetos.

Por: Camila Crepaldi 

Possui experiência em produção textual e, atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT produzindo conteúdo sobre a região norte de Mato Grosso.