UnB e Hospital Universitário de Brasília fazem teste de vacina contra o coronavírus

Participam do teste cerca de 850 voluntários profissionais de saúde no Distrito Federal

Fonte: CenarioMT

2020 08 07 08:22:47
Banco de Imagens

A Universidade de Brasília e o Hospital Universitário de Brasília (HUB) estão conduzindo testes para avaliar a eficácia de uma vacina contra o novo coronavírus. Os testes com profissionais de saúde do Distrito Federal tiveram início nesta quarta-feira (6). O Complexo Hospital de Clínicas, em Curitiba (PR), iniciará os testes nesta sexta-feira (7). As unidades fazem parte da Rede Ebserh – vinculada ao Ministério da Educação.

Vacina do Instituto Butantan contra Covid-19 deve estar disponível em janeiro

Ao todo, 12 centros no Brasil participam da fase três do ensaio clínico nacional, autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A vacina é da farmacêutica chinesa Sinovac Biotech e a pesquisa no Brasil é coordenada pelo Instituto Butantan, de São Paulo.

Segundo a Universidade de Brasília, a fase três significa que a vacina já foi testada quanto à segurança e eficácia em números menores de indivíduos. Agora, o teste será feito em uma grande quantidade de pessoas, sendo que metade dos voluntários receberá a vacina e a outra, um placebo, que é uma substância sem efeito farmacológico.

Entre a quarta-feira e a quinta-feira (6), os dez primeiros voluntários do Distrito Federal serão vacinados. A vacina, uma que está em fase mais avançada contra à Covid-19, é aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias entre elas. A previsão é que 850 profissionais de saúde participem. Os critérios são não ter sido infectado pela Covid-19 e atuar no atendimento a pacientes com a doença.

“É mais um centro que começa suas atividades para cadastrar e vacinar aproximadamente 850 participantes. Isso corresponde a 10% do total de 9 mil participantes esperados pela pesquisa no Brasil inteiro”, disse o pesquisador do Núcleo de Medicina Tropical da UnB, Gustavo Romero, que coordena o projeto no Distrito Federal.

“Estamos pensando em um tempo de quatro a oito semanas para ter os participantes incluídos. Isso é importante porque quanto mais rápido incluir os participantes, mais rapidamente começa o período de acompanhamento para ver os efeitos benéficos que estamos esperando que a vacina tenha”, disse Gustavo Romero.

Os testes

O grupo que desenvolverá a pesquisa no HUB conta com uma equipe multiprofissional de 25 pessoas especificamente dedicadas ao projeto. Gustavo Romero explicou que, dos 850 voluntários, metade vai receber a vacina e a outra metade, um placebo, mas que nem os profissionais que conduzem a pesquisa, nem os voluntários, sabem qual dose foi aplicada em cada um dos pacientes. “Isso é muito importante para que se possa demonstrar que a vacina de fato está causando um efeito protetor”, afirmou o coordenador.

O pesquisador Gustavo Romero destacou a importância estarem sendo desenvolvidos por instituições públicas do país. “O estudo está sendo conduzido por instituições públicas brasileiras, são as universidades com institutos de pesquisa em uma parceria muito grande que permite que a gente execute tarefas rapidamente em relação a soluções para a Covid-19”, disse

Os voluntários devem ser profissionais de saúde que não sofreram infecção provocada pelo coronavírus e que não participem de outros estudos. Os testes também não podem ser realizados em gestantes ou mulheres que planejarem uma gravidez nos próximos três meses. Outra restrição é que não tenham doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune.

A vacina

Em todo o País, nove mil voluntários de cinco estados e do Distrito Federal vão participar dos testes. Em julho, o Instituto Butantan, divulgou que, se o resultado do teste for positivo, vai receber até o fim do ano 60 milhões de doses para distribuição. O Instituto está adaptando uma fábrica para a produção da vacina que poderá começar a funcionar no início do próximo ano. A capacidade de fabricação é de cerca de 100 milhões de doses.

Saiba quais são as instituições que participam da pesquisa:

Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Instituto de Infectologia Emílio Ribas
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto
Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Universidade Federal de Minas Gerais
Hospital Israelita Albert Einstein
Hospital das Clínicas da Unicamp
Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto
Universidade de Brasília
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas de Fiocruz (RJ)
Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul
Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná

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