O poderoso terremoto de magnitude 7,6 que atingiu o Japão nesta segunda-feira (8) liberou uma quantidade de energia impressionante — comparável a 189 bombas atômicas de Hiroshima, segundo o geólogo e professor universitário Caiu Kum.
O tremor ocorreu próximo à costa, a 70 km de distância e a 53 km de profundidade, o que reduziu o impacto direto em áreas urbanas, mas elevou o alerta para um possível tsunami.
Por que a energia foi tão alta?
O professor explica que a escala Richter é logarítmica:
- cada 1 ponto a mais significa 10 vezes mais intensidade,
- e aproximadamente 32 vezes mais energia liberada.
Assim, um terremoto de magnitude 7 é cerca de 100 vezes mais intenso do que um de magnitude 5. Já um terremoto de magnitude 8 pode liberar até mil vezes mais energia do que um tremor moderado.
Risco de tsunami ainda é a maior preocupação
Apesar da grande energia liberada, o efeito devastador depende da profundidade e da localização. Como o epicentro foi no mar, o maior risco é o deslocamento violento de rochas no fundo oceânico — mecanismo que pode gerar tsunamis.
O Japão mantém ativo o alerta para ondas de até 3 metros em áreas costeiras de Hokkaido, Aomori e Iwate.
O que já se sabe sobre o tremor
- Magnitude: 7,6
- Epicentro: região de Misawa
- Profundidade: 53,1 km
- Alerta: nível amarelo, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS)
- Situação atual: nenhum registro de mortes ou danos significativos até o momento
O nível amarelo indica potencial para danos estruturais pontuais, mas sem impacto econômico elevado.
Por que alguns terremotos devastam e outros não?
A destruição depende de múltiplos fatores, como:
- profundidade do epicentro,
- distância de centros urbanos,
- tipo de solo e rochas,
- e condições geológicas da região.
Nem todos os terremotos de magnitude 7 são catastróficos. Em 18 de novembro, um tremor de magnitude 7,8 atingiu a costa leste da Rússia, gerou alerta de tsunami e causou vários tremores secundários, mas também não provocou grandes tragédias.
E se um terremoto fosse acima de 10?
Um tremor acima da magnitude 10 é extremamente raro e liberaria uma energia colossal, mas, segundo especialistas do Centro de Sismologia da USP, não significaria o fim do mundo.
O geólogo José Alexandre explica:
“Um evento dessa magnitude poderia ser extremamente destrutivo localmente e gerar tsunamis capazes de afetar regiões distantes, mas não causaria um colapso global.”





















