Um vendaval deixou diversos estragos na tarde desta sexta-feira (15), em Dourados, região Sul do estado. A chuva, acompanhada de ventos de até 45 quilômetros por hora, chegou minutos depois de uma tempestade de poeira encobrir a cidade.
A prefeitura do município que está fazendo um levantamento dos danos e estuda decretar situação de emergência diante das perdas.
De acordo com moradores, uma nuvem marrom gigante começou a se formar no horizonte, por volta de 12h30. Minutos depois, a chuva chegou com fortes ventos. Houve queda de muros, postes e árvores em diferentes pontos da cidade, incluindo a avenida Marcelino Pires, principal via do centro, onde o trânsito precisou ser interditado.
“Muita chuva e muito vento, já temos relatos de queda de muitas árvores, teto de empresas, equipamentos públicos como aqui na Secretaria de educação, então eu peço muito cuidado”, disse o prefeito, Alan Guedes.
Estragos
No Hospital Regional do município, a porta da recepção foi arrancada pela força do vento. Também foram registrados danos em indústrias da BR-163.
Ainda conforme a prefeitura, a Central de Atendimento telefônico da Guarda Municipal e da Defesa Civil de Dourados foram atingidas pelo temporal. Os trabalhos de reparo já foram iniciados, porém, ainda não uma previsão para a conclusão dos serviços.
Por conta disso, o município disponibilizou, emergencialmente, o telefone (067) 98426-1010 para as demandas na cidade. Ainda não há um balanço parcial das ocorrências de quedas de árvores em Dourados. Os pedidos estão sendo registrados e as equipes enviadas aos locais, de acordo com a emergência e gravidade dos registros.
Apesar dos estragos, a chuva foi bem rápida, durou menos de uma hora. Choveu 11, 2 milímetros na cidade, de acordo com o meteorologista Natalio Abraão.
Fenômeno
A tempestade de poeira é um fenômeno chamado de “haboob”, segundo a meteorologista Valesca Rodriguez Fernandes.
“Ele é causado por temporais de chuva com ventos fortes que, ao entrarem em contato com o solo seco, encontram resquícios de queimada, poeira e vegetação, os quais acabam criando um ‘rolo compressor’ de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura”, detalha Rodriguez.
Rodriguez, que também é especialista do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima em Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), detalhou que o fenômeno meteorológico registrado no estado é o mesmo visto no interior de São Paulo, nos últimos dias.