O atual surto de varíola do macaco, que atinge principalmente a Europa, veio acompanhado de uma aparente mudança no padrão do principal sintoma da doença: as erupções na pele. A constatação foi revelada pela secretária de varíola do Programa de Emergências Sanitárias da OMS (Organização Mundial da Saúde), Rosamund Lewis, em uma transmissão ao vivo na internet.
Ela comparou os casos recentes aos observados até então em alguns países da África onde a doença é endêmica.
“Temos a imagem do passado, mas temos [agora] uma proporção maior de casos em que as erupções cutâneas podem começar mais localmente e podem permanecer mais locais, possivelmente por causa da natureza do contato. Estamos vendo mais casos em que as erupções cutâneas começam na região genital – o que não é novo, sempre houve – e com mais frequência tendem a permanecer lá.”
A natureza do contato mencionada pela especialista é sexual, tendo em vista de que a maioria dos casos pode ter contraído o vírus pelo contato próximo durante relações sexuais.
Todavia, outro participante da mesa de conversa, o conselheiro do Programa de HIV, Hepatite e ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) da OMS, Andy Seale, ressaltou que a varíola do macaco “pode ser transmitida por contato sexual, mas não é uma doença sexualmente transmissível”.
“Muitas doenças podem se espalhar por contato sexual. Você pode ter uma tosse ou um resfriado por meio de contato sexual, mas isso não significa que sejam doenças sexualmente transmissíveis. Tipicamente, você precisa de uma troca de fluídos vaginais ou sêmen, que têm um elemento de contágio para transmitir a doença [quando é sexualmente transmissível].”