A onda de violência voltou a assustar no Acre no início de 2020. Um levantamento do G1 mostrou que 47 pessoas foram assassinadas no estado no mês de janeiro. O número de mortes violentas é 47% maior que o registrado no ano passado, quando 32 pessoas foram assassinadas.
Esquartejamentos, execuções e chacina. Esse foi o cenário dos primeiros dias do ano no estado. A motivação, na maioria dos homicídios é a guerra de facções por domínio de território.
Mortes nos 10 primeiros dias
A primeira vítima de morte violenta do ano foi a adolescente Amanda Silva Barbosa, de 17 anos. Ela foi morta a tiros e golpes de faca ainda no primeiro dia do ano. O crime ocorreu na Travessa da Amizade, no bairro Santa Inês, região do Segundo Distrito de Rio Branco.
Bismarque Araújo da Silva foi morto a tiros por um dos cunhados, segundo a polícia. O crime ocorreu no dia 1º, mas a Polícia Civil da cidade foi informada do caso no dia seguinte, pelo pai do suspeito.
Dois dias depois, Felipe Ramon Lima de Moraes, de 22 anos, foi morto com vários disparos de arma de fogo, no dia 3 de janeiro, no conjunto habitacional Cidade do Povo. Após um trio arrombar a porta de trás da casa dele. Ocorrência também foi registrada no Segundo Distrito.
No mesmo dia, em um período de 8 horas, Rosemilda Oliveira da Silva, de 26 anos, foi morta com ao menos quatro tiros no mesmo bairro. Ela também teve a casa invadida por uma dupla que entrou no quarto da vítima e efetuou os disparos e fugiram logo em seguida.
No dia 5 foram registrados mais dois homicídios em Rio Branco. O jovem Ítalo de Souza Charife, de 20 anos, morreu no Pronto-Socorro de Rio Branco, após ser atingido por pelo menos quatro disparos de arma de fogo, no bairro Conquista.
O segundo caso foi registrado na Estrada do Mutum, quando Roselho dos Santos Moura, de 21 anos, foi morto a golpes de terçado e a tiros, após ser levado do bairro Tancredo Neves para a estrada por homens ainda não identificados.
Antônio Hedesson foi encontrado morto no dia 6, no Jardim Primavera, em Sena Madureira, no interior do Acre.
Stanley Fernandes, de 20 anos, foi assassinado com uma facada e tiros no dia 7, na Rua Vitória, bairro Conquista, em Rio Branco. Segundo a Polícia Militar do Acre (PM-AC), o crime ocorreu quando o rapaz tentou matar um morador, que reagiu.
O suspeito de uma tentativa de assalto acabou morto no bairro João Eduardo II, em Rio Branco, na terça-feira (7). Segundo o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), dois homens em uma motocicleta tentaram assaltar um policial. A identidade do suspeito não foi confirmada.
Gabriel Riqueime e José Nunes Pereira foram mortos durante um confronto com a Polícia Militar no Ramal do Mineiro, região da Vila Acre, também na capital acreana. Um outro suspeito conseguiu fugir por uma área de mata. Conforme a polícia, o grupo tinha abordado um motorista de aplicativo e roubado o carro dele na cidade de Senador Guiomard, no interior. Em seguida, eles fugiram em direção à capital acreana.
Dangêla Maria de Souza, de 53 anos, foi morta com um tiro na cabeça, na madrugada de sexta-feira (10), dentro de casa no bairro Vitória, em Rio Branco.
O comerciante José Isaías Pereira, de 60 anos também foi morto com um tiro na cabeça no dia 10 em um bar na cidade de Epitaciolândia, no interior do Acre. De acordo com a Polícia Civil, um homem invadiu o local e disparou contra o dono com uma escopeta.
Francisco Neri de Freitas, de 42 anos, foi morto com pelo menos três tiros na madrugada de sexta-feira (10), no Conjunto Esperança, em Rio Branco, quando teve a casa invadida por cinco homens.
Mortes de 11 a 19 de janeiro
Dionys da Fonseca Pinheiro morreu durante uma tentativa de assalto a uma empresa de material de construção na noite deste domingo (12), no Parque Industrial, no Residencial Rosalinda, na região do Segundo Distrito de Rio Branco.
Um adolescente de 15 anos, foi morto com um tiro na cabeça, no Ramal das Bananeiras, em Rodrigues Alves, no interior do Acre. O crime ocorreu na terça-feira (14).
No mesmo dia, Antônio José Bernardo de Oliveira, de 29 anos, foi assassinado a tiros Conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco.
Em Sena Madureira, um adolescente de 16 anos, foi achado morto por familiares na terça-feira (14), zona urbana da cidade de Manoel Urbano, interior do Acre. O corpo do rapaz foi esquartejado.
Dois dias depois, o casal Cosmo Ribeiro Moura, de 43 anos, e Tereza da Silva Santos, de 64, teve a casa invadida na madrugada de quinta-feira (16), no bairro Belo Jardim. As vítimas foram mortas a tiros e golpes de faca. Tereza da Silva era sogra da secretária da Fazenda do Acre, Samírames Plácido Dias.
Na noite de quinta (16), Antônio José de Oliveira da Conceição, de 39 anos, foi morto a tiros em frente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), do conjunto Habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco.
Na noite seguinte, na sexta (17), Adrian Braga Ribeiro, 19 anos, também foi achado morto no bairro Vila Acre, também na capital acreana. Ele foi achado caído às margens da Rodovia AC-40.
Na noite de sábado (18), sete pessoas foram assassinadas e outra ficou gravemente ferida em Rio Branco. Destas, seis foram mortas em uma chacina dentro de um bar na Rodovia Transacreana, zona rural da capital acreana.
O sétimo crime ocorreu no ramal Bom Jesus, no bairro Vila Acre, também na região do Segundo Distrito.
Mortes de 21 a 31 de janeiro
João Carlos Maia de Souza, de 20 anos, foi achado morto na terça-feira (21) atrás de uma serralheria da cidade de Tarauacá, interior do Acre. Segundo a Polícia Militar, Souza foi levado da casa dos pais por dois homens, na noite de segunda (20).
Hudson Matias da Silva, de 39 anos, foi morto a facadas na Rua da Amizade, bairro Calafate.O principal suspeito é o enteado dele, Willyan Cordeiro da Silva, de 20 anos. O rapaz ainda feriu a mãe com uma facada em um dos braços. O suspeito foi preso em outubro do ano passado por suspeita de matar a esposa, Maria José Silva dos Santos, de 23 anos, na frente dos filhos.
O corpo de um homem foi achado na sexta-feira (24) na Rua Estácio de Sá, no bairro Bahia Nova, em Rio Branco. Segundo o Centro Integrado de Operação em Segurança Pública (Ciosp), o corpo foi achado por um grupo de crianças que soltavam pipa em uma região de mata na rua. A identificação não foi divulgada.
Sérgio Alves de Lima, de 39 anos, foi morto após ser atingido na cabeça por pedaço de madeira no sábado (25), no bairro Três Botequins, na cidade de Brasileia, interior do Acre. Segundo informações da Polícia Civil, o principal suspeito é o cunhado de Lima, que fugiu do local após o crime.
Também no sábado (25), Manoel Custódio de Oliveira, de 57 anos, foi achado morto às margens do igarapé Araçá, na zona rural do município de Feijó, no interior do Acre. Conforme a Polícia Civil, o crime teria ocorrido dias antes e o corpo já estava em estado de decomposição.
Antônio João Paulo Santos da Costa, de 26 anos, foi morto a tiros no domingo (26), no quilômetro 3 do Ramal da Judia, no bairro Belo Jardim I, região do Segundo Distrito de Rio Branco. A polícia informou que moradores encontraram o corpo de Costa na frente da igreja.
Ainda no domingo (26), o ataque a uma casa deixou uma mulher morta e outras três pessoas feridas a tiros na rua João Amâncio, no bairro João Paulo, na região da Baixada da Sobral em Rio Branco. Aguida Williane Teles de Souza, de 23 anos, chegou a ser socorrida e levada para o pronto-socorro, mas não resistiu e morreu no hospital.
Um homem foi morto a tiros na segunda-feira (27), na Rua João Miranda, no bairro Laélia Alcântara, em Rio Branco. A vítima, identificada como Mateus Figueiredo dos Santos, de 22 anos, usava uma tornozeleira eletrônica.
Jair de Figueiredo Castelo Júnior, de 23 anos, foi morto com pelo menos sete tiros, na terça-feira (28), no bairro Jacarandá, no Segundo Distrito de Rio Branco, quando teve a casa invadida por dois homens.
Aildo de Souza Monteiro, de 49 anos, foi morto a tiros na quarta-feira (29), no Projeto de Assentamento Moreno Maia, na zona rural de Rio Branco. De acordo com a Polícia Civil, a vítima era suspeita de ter cometido um homicídio e o crime pode ter sido motivado por um acerto de contas.
Oito pessoas foram executadas em menos de 24 horas em Rio Branco. O primeiro caso foi o de Thalisson Jordan Silva Fartes, de 19 anos, que foi achado às margens de um córrego, no bairro Mocinha Magalhães, em Rio Branco, na manhã de quinta-feira (30).
Horas depois, Eurico Rodrigues Barbosa, de 46 anos, foi morto com um tiro na cabeça e golpes de faca no Ramal da Zezé, bairro Belo Jardim. Segundo o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), a vítima teve a casa invadida por criminosos.
Durante um confronto com a Polícia Militar do Acre (PM), ainda na quinta (30), Francisco das Chagas Vieira, de 19 anos, morreu no bairro Calafate.
No dia seguinte, os primos Amós da Silva Fonseca, 20 anos, e Janilton da Silva Fonseca, de 21, foram mortos no ramal do Cedro, no Assentamento Baixa Verde, em Rio Branco. Os rapazes tinham ido à chácara de amigos da família, quando um deles foi ameaçado e tentou voltar para casa, mas não conseguiu, segundo informou a avó deles, Maria Fonseca.
Werverton Roberto dos Santos e Fabiano Teixeira da Silva foram foram encontrados mortos em um beco, no Recanto dos Buritis, no segundo Distrito, na madrugada de sexta (31). Os rapazes foram achados por uma ex-namorada de um deles que acionou a polícia.
O último homicídio registrado no mês de janeiro foi de um morador de rua, na noite de sexta (31). Ele levou uma facada no peito a poucos metros do Palácio Rio Branco e do Comando Geral da Polícia Militar, na Avenida Getúlio Vargas, no Centro da capital. O homem estava sem identificação.