O Brasil deve registrar um novo marco na produção de proteínas em 2026, conforme o relatório Perspectivas para a Agropecuária Safra 2025/26 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A expectativa é que o país produza 32,3 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango.
Esse volume representaria um recorde histórico, superando os 32,1 milhões de toneladas estimados para 2025. O destaque é para a carne suína e de frango, com produção projetada em 5,8 milhões e 15,9 milhões de toneladas, respectivamente, os maiores já registrados pela Conab.
Reversão de ciclo
Embora as carnes suína e de frango sigam em alta, a bovina terá retração devido à reversão de ciclo, fenômeno natural do mercado que alterna períodos de baixa e alta nos preços, influenciado pela quantidade de fêmeas destinadas ao abate e bezerros para reposição. A previsão é de 10,6 milhões de toneladas de carne bovina em 2026.
Impacto do tarifaço
O gerente de Fibras e Alimentos da Conab, Gabriel Correa, comentou que o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos afetou menos do que o esperado. Empresas brasileiras com operações nos EUA conseguiram estocar volumes antes da tarifa entrar em vigor, enquanto a China absorveu grande parte da produção que os EUA deixaram de importar. Isso tem impulsionado recordes consecutivos de exportação.
Carne de frango
Mesmo com caso de gripe aviária registrado no Rio Grande do Sul, a expectativa é de alta produção e exportações em 2026, estimadas em 5,4 milhões de toneladas. A disponibilidade interna também deve crescer, chegando a 10,6 milhões de toneladas, garantindo 51,1 quilos por habitante.
Carne suína
Para a carne suína, a produção recorde permitirá aumento da disponibilidade interna, estimada em 4,3 milhões de toneladas, e expansão das exportações. A competitividade do produto brasileiro e a demanda de novos mercados asiáticos, como Filipinas, Japão, Coreia do Sul e Cingapura, devem elevar as vendas externas acima de 1,5 milhão de toneladas, superando o volume destinado à China.
