(VÍDEO) Presídios de São Paulo têm fugas e rebeliões

Fonte: Por Kleber Tomaz, Glauco Araújo e César Galvão, G1 SP e TV Globo

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Foto: Arquivo pessoal

Cerca de 400 detentos fugiram de uma unidade prisional em Mongaguá, na Baixada Santista, nesta segunda-feira (16). Houve ainda rebeliões em mais três presídios do interior de São Paulo: Tremembé, Mirandópolis e Porto Feliz.

As ações dos detentos ocorreram após a Corregedoria-Geral da Justiça suspender a saída temporária dos presos em regime semiaberto. A saída estava prevista para ocorrer nesta terça (17). A suspensão foi definida devido ao temor de que os presos retornassem às prisões com coronavírus e transmitissem a doença aos demais detentos.

Em nota emitida no final da noite de segunda, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que a situação estava “controlada nos Centros de Progressão Penitenciária de Mongaguá, Tremembé e Porto Feliz, além da ala de semiaberto da Penitenciária II de Mirandópolis, onde houve evasão de presos e ato de insubordinação”. “O Grupo de Intervenção Rápida controlou a situação nos presídios de forma imediata”, diz o comunicado.

A nota informa ainda que “até as 22h30, 174 presos foram recapturados pela Polícia Militar com apoio de agentes de segurança penitenciária. A SAP realiza a contagem para determinar o número exato de fugitivos”.

Em outra nota, divulgada na tarde de segunda, a SAP informou que “a medida [de suspender as saídas temporárias] foi necessária pois o benefício contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados.”

Mongaguá

Em uma das ações, cerca de 400 detentos fugiram do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) Dr Rubens Aleixo Sendin, localizado em Mongaguá, no litoral de São Paulo. Em um vídeo obtido pelo G1 é possível ver centenas de presos correndo.

Em uma das imagens é possível ouvir o autor do vídeo dizer: “voltar na segunda, hein!” . A Polícia Militar já recapturou 41 que haviam fugido da unidade de Mongaguá. Os oito reféns foram liberados, e os presos que não fugiram voltaram para suas alas.

O CPP é de regime semiaberto, eles teriam se rebelado após o cancelamento de uma saidinha que aconteceria na terça-feira (17). A unidade tem capacidade para 1.640 presos e estava com 2.796, um total de 1.156 presos a mais do que a capacidade, segundo o site da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Os presos fizeram funcionários reféns na portaria do CPP e, em seguida, fugiram em massa do local. Equipes da Polícia Militar, Rodoviária, Civil e o helicóptero Águia faziam buscas, na tarde de segunda, no entorno do presídio para tentar recapturar os detentos.

Tremembé

Detentos iniciaram no fim da tarde desta segunda uma rebelião no presidio Dr Edgar Magalhães Noronha (Pemano), em Tremembé (SP). Houve fuga, presos foram recapturados e levados de volta para a penitenciária, mas até a última atualização da reportagem não havia dados sobre quantos fugiram ou quantos foram recapturados.

Mirandópolis

Presos da penitenciária de Mirandópolis, interior paulista, fizeram uma rebelião na noite desta segunda-feira, segundo informou a Polícia Militar. São detentos do regime semiaberto. Equipes foram acionadas para conter o movimento.

A Secretaria da Administração Penitenciária informou que 16 reeducandos participavam da ação e atearam fogo em seus pertences.

Porto Feliz

Detentos do Centro de Progressão Penitenciária de Porto feliz (SP) se rebelaram no início da noite desta segunda-feira. Parte dos presos fugiu e os que permaneceram na unidade promoveram quebra-quebra e queimaram colchões.

A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal ficaram do lado de fora da penitenciária, e não havia informações sobre reféns.

Restrição de circulação

Na quinta-feira (12), órgãos públicos cujas sedes estão instaladas na cidade de São Paulo implementaram restrições à entrada e à circulação de pessoas como forma de contenção e prevenção de infecções por coronavírus.

Nesta segunda, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu suspender audiências consideradas não urgentes e vetou a presença do público em julgamentos e em fóruns para evitar o contágio do coronavírus. A recomendação é que só sejam atendidos casos considerados urgentes.

São considerados casos urgentes em audiências aqueles que envolvem réus presos, menores infratores e alguns casos da área de família.

A Superintendência da Polícia Federal em São Paulo suspendeu as visitas às pessoas custodiadas na sede da PF.

As medidas de segurança para prevenir o contágio pela doença foram anunciadas na sexta (13) e sábado (14) pelo Tribunal de Justiça. As recomendações seguem as orientações divulgadas pelo Conselho Superior de Magistratura.