A Polícia Civil fez a primeira apreensão de criptomoedas de forma in loco em Goiás e conseguiu o bloqueio de R$ 20 milhões em contas de um grupo suspeito de montar uma pirâmide financeira, que causou prejuízo a centenas de investidores no estado. A empresa dos suspeitos tinha sede em Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia.
A operação Octopus prendeu um homem suspeito de ser o cabeça do grupo, a namorada, o pai dele na sexta-feira (26), em Goiânia. Policiais civis também cumpriram 11 mandados de busca e apreensão, dois sequestros de veículos de luxo, bem como, a apreensão de documentos, valores em espécie e três armas de fogo.
O valor apreendido em criptomoedas foi de R$ 2 mil, segundo o delegado Webert Leonardo, que chefia a investigação. Apesar de o montante ser baixo, a apreensão foi inédita para a corporação e vai modernizar as técnicas de investigação e apreensão de valores em crimes financeiros virtuais.
“Nós apreendemos e convertemos valores virtuais diretamente no local da diligência, mediante conhecimento de inteligência quebrando as senhas das contas. O valor é convertido para uma conta judicial vinculada ao inquérito”, explica o delegado.
O grande avanço para a polícia, neste caso, é a possibilidade de entrar nas contas dos suspeitos e pegar os valores em criptomoedas antes que eles desapareçam ao serem transferidos, conforme o delegado.
“Essa apreensão é diferente de um bloqueio de conta judicial. Se a polícia não agir rápido, os suspeitos podem sumir com o dinheiro em pouco tempo”, esclarece Webert Leonardo.
Os suspeitos podem responder na Justiça por organização criminosa, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular. A investigação continua com o objetivo de tentar encontrar outras pessoas que podem ter ajudado o funcionamento do esquema.