A Polícia Civil do Mato Grosso, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), deflagrou nesta terça-feira (14) mais uma etapa da Operação Apito Final.
A ação resultou na prisão de dois investigados e no cumprimento de um mandado de busca e apreensão, todos alvos por participação em um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.
Novos Envolvidos e “Testas de Ferro”
Nesta fase da operação, a GCCO apurou a participação de um servidor público e de sua companheira. O casal figurava como proprietário de um apartamento de alto padrão em Cuiabá, onde O líder da organização passou a residir após sua progressão para o regime semiaberto em dezembro de 2023.
A investigação revelou que o servidor, com um salário bruto mensal de R$ 3.643,12, não possuía condições financeiras para adquirir o imóvel, estimado em milhões de reais.
Segundo o delegado Rafael Scatolon, responsável pela operação, “todas as informações levantadas reforçam mais uma manobra do principal alvo da Operação Apito Final em ocultar seu patrimônio criminoso”.
Esquema de Lavagem de Dinheiro e Movimentação da Tornozeleira Eletrônica
A GCCO apurou ainda que o servidor público, a pedido do líder da organização, retirou do apartamento objetos que pudessem comprometer o investigado principal antes da deflagração da Operação Apito Final. Além disso, o comparsa, era responsável por movimentar a tornozeleira eletrônica do líder da organização criminosa, simulando que ele estivesse em Cuiabá enquanto na verdade realizava viagens.
Em um dos episódios, a tornozeleira emitiu sinal de que o investigado estava em um colégio de alto padrão na capital para levar sua filha, quando na verdade ele se encontrava em Santa Catarina. O comparsa também realizou diversas movimentações bancárias, recebendo quantias superiores a R$ 19 mil por seus “serviços prestados”.
Operação Apito Final: Descapitalizando o Crime
A Operação Apito Final, iniciada há quase dois anos, já resultou na prisão de 20 alvos, incluindo o líder da organização criminosa e tesoureiro da facção.
A investigação apurou que o esquema movimentou R$ 65 milhões na aquisição de imóveis, veículos, criação de times de futebol amador e construção de um espaço esportivo, utilizados para lavagem de dinheiro e dissimulação do capital ilícito.