Uma pesquisa inédita da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) revelou que, dos 32,5 milhões de proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores no Brasil, 17,5 milhões não possuem habilitação válida para conduzir esses veículos. Isso significa que 53,8% dos donos desse tipo de transporte estão sem a CNH da categoria. O levantamento foi baseado nos dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).
O estudo sugere que essa alta taxa de proprietários sem habilitação aponta para mudanças nas dinâmicas de uso dos veículos de duas rodas no país. Entre as possíveis causas estão o uso desses veículos por pessoas não habilitadas, questões relacionadas ao acesso à CNH e o aumento do uso compartilhado de motocicletas e motonetas, como em serviços de aluguel.
Crescimento da Frota Nacional
A pesquisa também destaca o crescimento da frota de motocicletas, motonetas e ciclomotores no Brasil, que já soma 34,2 milhões de veículos em 2024, representando 28% da frota nacional. Estima-se que, mantendo-se a tendência de crescimento, esse percentual poderá atingir 30% nos próximos seis anos.
O levantamento destaca cinco estados com maior proporção de veículos automotivos de duas rodas: Maranhão (59,7%), Piauí (54,5%), Pará (54,5%), Acre (53,1%) e Rondônia (51,2%). Esses estados, localizados majoritariamente nas regiões Norte e Nordeste, têm essa predominância devido a fatores econômicos, geográficos e culturais.
Em termos absolutos, São Paulo lidera com 7 milhões de veículos registrados, seguido por Minas Gerais (3,5 milhões), Bahia (2 milhões), Ceará (1,9 milhões) e Paraná (1,8 milhões). Esses números refletem as grandes populações desses estados e a diversidade de meios de transporte preferidos.
Perfil dos Condutores Habilitados
O levantamento também analisa o perfil dos condutores habilitados na categoria A, que somam mais de 39,4 milhões de CNHs registradas no Registro Nacional de Condutores Habilitados (Renach). A maioria dos condutores é do sexo masculino (75%), possui também habilitação na categoria B (76,8%), e está na faixa etária de 30 a 39 anos (11,6 milhões), seguida pela faixa de 40 a 49 anos (10,2 milhões). Esses dados sugerem uma tendência de diversificação das habilitações, possivelmente influenciada por mudanças econômicas e pelas demandas do mercado de trabalho.