Os paraguaios votaram neste domingo (30) em um novo presidente e para renovar o Congresso do país.
A apuração começou às 16h27 de Assunção (17h27 de Brasília). As eleições no país têm um único turno. Veja abaixo quem são os dois principais candidatos.
- Santiago Peña, um economista de 44 anos, é o candidato do Partido Colorado, que está atualmente no poder.
- Efraín Alegre, um advogado de 60 anos que lidera a coalizão de centro-esquerda Concertación Nacional (Acordo Nacional), a alternativa de oposição mais bem posicionada nas pesquisas.
Os locais de de voto foram fechados às 16h00 do horário local (17h00 de Brasília). Os pontos onde ainda havia pessoas na fila permanecerão abertos até que todos votem.
O Partido Colorado governou o Paraguai durante a maior parte das últimas sete décadas, sob a ditadura e sob a democracia, com uma breve interrupção durante o governo do esquerdista Fernando Lugo (2008-2012), que sofreu um impeachment um ano antes do fim de seu mandato.
“Temos os atributos e as condições para que todos os paraguaios fiquem em melhor situação. Vamos votar com tranquilidade e alegria, para que as urnas sejam um lugar de harmonia”, disse Santiago Peña minutos antes da abertura dos centros de votação.
Por sua vez, Alegre pediu aos paraguaios que votem “com calma”. “Não desanimem. Todos nós temos que ir às urnas, quanto maior a participação, maior a legitimidade da democracia”, afirmou.
O Paraguai possuiu 4,8 milhões de eleitores, em uma população de 7,5 milhões de pessoas.
Significativamente corruptos
A campanha eleitoral ocorreu simultaneamente com as sanções dos Estados Unidos contra alguns dos mais importantes líderes colorados, como o ex-presidente Horacio Cartes (2013-18), um rico empresário do setor do tabaco, presidente do partido e padrinho político de Peña.
Designado em 2022 como “significativamente corrupto” pelo Departamento de Estado, que o proibiu de entrar nos Estados Unidos, ele foi sancionado em março pelo Tesouro.
“Essas acusações, de alguma forma, transformam as eleições em um plebiscito contra ou a favor da corrupção”, disse o analista político Sebastián Acha.
O Paraguai é considerado um ponto de trânsito de drogas para Brasil e Argentina antes de sua saída para Europa e Ásia.
Em 2022, o promotor Marcelo Pecci e o prefeito José Carlos Acevedo foram assassinados, em crimes atribuídos ao narcotráfico.
Embora o Paraguai tenha uma das economias que mais crescem na América Latina (com previsão de crescimento de 4,5% para o PIB em 2023), segundo o Fundo Monetário Internacional, a pobreza atinge 24,7% da população, que sofre com enormes desigualdades.
Peña propôs a criação de 500 mil empregos. Alegre defende a incorporação do setor informal, que abrange 40% dos trabalhadores.