O objeto cilíndrico de metal que ‘caiu do céu’ e atingiu um carro em Santos, no litoral de São Paulo, mede aproximadamente 13 centímetros e pesa 232 gramas. O bancário Marcel de Camargo contou, nesta quarta-feira (17), que guardou o item em casa e segue em busca de respostas sobre o passado dele. “Quero descobrir o que é para acionar alguém e não ficar no prejuízo”, relatou.
Segundo Marcel, o objeto caiu no teto do carro que estava estacionado na garagem da casa dele, no bairro do Embaré. O homem afirmou ter escutado um barulho semelhante a uma explosão e, na sequência, o alarme do veículo. “Pensei até que fosse uma bomba”, lembrou.
O bancário revelou ter guardado o cilindro dentro de casa e, inclusive, medido o comprimento dele com uma régua. Ele chegou a levar o objeto até uma padaria para descobrir o peso. Apesar dos esforços, a ‘peça’ não tem marca, numeração ou identificação alguma.
“Só sei que veio de cima [do céu]. Não há qualquer identificação que mostre ser uma peça de uma aeronave, por exemplo, ou até um tipo de lixo espacial”, comentou. “Quero descobrir o que é para acionar alguém e não ficar no prejuízo”.
Lixo espacial
“Pela altura que caiu, é bem provável”, disse o analista de planejamento de manutenção de aeronaves e professor da ETEC Santos Dumont, Eduard da Macena. “Lixo espacial cai praticamente todo dia na Terra”, complementou.
Daniel Mello, que é astrônomo do Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), segue a mesma linha de raciocínio. “É muito válida essa possibilidade [de lixo espacial]”.
Segundo ele, há muito lixo espacial orbitando a Terra e a tendência é que problemas dessa natureza aconteçam com mais frequência. “Hoje, você olha para o céu e consegue detectar a olho nu, no começo da noite ou no final da noite, duzentos satélites fazendo órbita em torno da Terra”, Ele destacou que muitas dessas máquinas são desativadas e, consequentemente, viram lixo espacial.
O caso
Um objeto cilíndrico de metal e com temperatura bastante quente atingiu um carro em Santos, no litoral de São Paulo. Com a velocidade da queda, o artefato amassou o teto e disparou o alarme do veículo, que estava estacionado na garagem de uma residência.
o bancário Marcel de Camargo afirmou que estava em casa, localizada no bairro do Embaré, quando escutou um barulho semelhante a uma explosão.
“Estava comendo dentro de casa e escutamos um estrondo muito forte. Na sequência, o alarme do carro disparou. Quando olhei na garagem vi o teto do meu carro amassado e um pouco fundo. Achei que alguém pudesse ter jogado algo pelo lado de fora, mas acabei observando o desenho de um círculo marcado e, no mesmo momento, conclui que a peça deve ter caído do céu”, afirma.
Ainda de acordo com o bancário, o metal estava caído no chão, ainda extremamente quente. “Não dava para encostar com a mão. Ainda bem que não pegou na cabeça de ninguém, pois poderia ser fatal. Mas, isso não aconteceu e estamos bem”, diz.
Dia seguinte
O bancário explica que, no dia seguinte ao aparecimento da peça, a esposa dele foi ver o objeto e notou que o metal estava com cheiro bastante forte. “A ponta estava amassada, com um óleo preto saindo. Além disso, tinha um cheiro podre de ovo”.
O bancário conta ainda que conversou com amigos que trabalham na área de engenharia para tentar descobrir o que poderia ser o metal. “Ninguém conseguiu me explicar, então eu estou tentando ver como vou resolver o prejuízo e a quem recorrer”, finaliza.