A família do estudante Itaberli Lozano, morto há três anos em Cravinhos (SP), comemorou, nesta quinta-feira (28), a condenação da mãe da vítima. Tatiana Ferreira Lozano Pereira recebeu a pena de 25 anos e oito meses de prisão em regime fechado. Segundo o tio do adolescente, a ex-cunhada é uma pessoa fria.
“Além de ela matar o filho, atear fogo ao corpo do filho, ela comemorou o ano novo, porque foi, bem dizer, na véspera do ano novo [o crime]. Fazer churrasco sabendo que o filho estava morto no canavial? É uma pessoa que não tem coração”, diz Dario Gabriel Rosa.
Tatiana está presa desde o assassinato de Itaberli, na Penitenciária de Tremembé (SP). Além dela, outros dois réus foram condenados pelo tribunal do júri, na quarta-feira (26), em Ribeirão Preto (SP). Victor Roberto da Silva e Miller da Silva Barissa, que também estão presos, vão cumprir pena de 21 anos e oito meses de reclusão por homicídio triplamente qualificado.
O padrasto de Itaberli, Alex Cantelli Pereira, que é acusado de ocultação de cadáver, será julgado em uma data a ser marcada.
As defesas de Tatiana, Victor e Miller recorreram das sentenças.
Morte violenta
Dario diz que a violência com a qual o sobrinho foi morto jamais poderia ter sido imaginada pela família. O tio lembra que mãe e filho tinham uma relação conflituosa, mas o homicídio deixou todos muito abalados.
“A mãe tem que proteger o filho. Chegar ao ponto que chegou, a gente ficou revoltado com a situação. A gente ficou sem entender o motivo”, diz.
O corpo de Itaberli foi encontrado carbonizado em 7 de janeiro de 2017, dez dias após o adolescente ter sido espancado e esfaqueado.
De acordo com a Promotoria, no dia do crime, Tatiana atraiu o filho para uma emboscada dentro de casa. Victor e Miller agrediram o jovem, com quem tinham desavenças. Em seguida, a mãe desferiu a facada que matou o filho.
Com a ajuda do marido, Tatiana levou o corpo até um canavial, próximo à Rodovia José Fregonezi, onde foi queimado.
Durante o julgamento, segundo o assistente de acusação Vagner Severino Simões, o padrasto de Itaberli afirmou que a companheira chegou a confessar o crime a ele. Simões considera que o depoimento foi essencial para a condenação pelo tribunal do júri.