Modelo trans espancada em Copacabana reconhece agressor através de fotos em delegacia

Fonte: Bom Dia Rio

1 457
Foto: Reprodução/ Redes sociais

A modelo trans Alice Felis reconheceu o homem que a agrediu na madrugada de domingo (16). A identificação foi feito a partir de fotografias apresentadas à vítima na 13ª DP (Copacabana), onde o caso foi registrado. Além de ter o nariz e maxilar quebrados, Alice também foi roubada. O suspeito deve responder por tentativa de latrocínio.

Segundo a advogada de Alice, Feh Oliveira, elas voltaram à delegacia após o registro de ocorrência e puderam fazer o reconhecimento do autor do crime.

“Ele já tinha passagem pela polícia por furto, por roubos. É uma pessoa conhecida em Copacabana, acostumado a aplicar golpes em travestis, em transsexuais. Então, a partir do momento que ela fez o reconhecimento, a delegada solicitou a prisão provisória dele”, explicou a advogada.

A vítima e o agressor se conheceram em um bar na Rua Miguel Lemos, na noite de sábado (15). Conversaram e decidiram ir para a casa de Alice. Ela conta que eles beberam e as agressões começaram.

“Veio o filme de tudo o que eu já passei, de tudo que eu já enfrentei para ser que eu sou, sabe? Não é muita coisa e, ainda assim, você sofre preconceito, sabe? Da sociedade, das pessoas. E por mais que você faça o bem, por mais que você seja uma pessoa boa, sempre vai ter uma pessoa que vai te atirar uma pedra, vai te discriminar e vai te maltratar simplesmente pelo fato de você querer ser feliz da forma que você quer”, disse Alice.

A vítima se lembra dos detalhes da agressão. “Ele pegou no meu pescoço, me jogou no chão e foi me arrastando. Dali, começou a me bater, me esmurrar, me dar soco, me xingar. Ele quebrou meu maxilar, o meu nariz. Estou com a boca costurada, tive ponto. Ele tentou me esfaquear. Foi bem constrangedor, bem difícil, mesmo”.

A agressão a Alice foi parar nas redes sociais. Artistas mostraram solidariedade à modelo. “Gente, eu fiquei sabendo do caso da Alice Felis, uma mulher trans que foi agredida ontem à noite aqui no Rio, foi espancada dentro do apartamento dela”, disse a cantora Preta Gil.

“Já assisti, já chorei de ódio dessa transfobia maldita que ainda existe, não é possível!”, afirmou a atriz e influenciadora digital Kéfera Buchmann.

“Eu espero do fundo do meu coração que quem fez isso pague, que seja preso e que a justiça seja feita”, comentou a cantora Pablo Vittar.

“Agora a gente espera que o agressor seja encontrado. A polícia está trabalhando muito nisso. A polícia tem todos os elementos necessários para isso. É só uma questão de tempo para ele ser encontrado, ser preso e a gente continuar lutando para que essa tentativa bárbara de LGBTfobia seja julgada. E que isso sirva de exemplo para toda essa sociedade que acha que matar homossexual é ok. Que matar travesti é ok. Que é possível matar homossexual e ninguém vai fazer nada”, disse a advogada.

Alice conta com o carinho dos amigos para superar esse momento. Para ela, as lembranças da transfobia são as marcas mais difíceis de cicatrizar.

“O que eu passei, não desejo para ninguém. É uma cena que eu sei que nunca vou esquecer, nunca vai sair da minha cabeça, nunca. Eu vou levar esse hematoma, essas marcas eternamente”.

Sou Dayelle Ribeiro, redatora do portal CenárioMT, onde compartilho diariamente as principais notícias que agitam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Com um olhar atento para os eventos locais, meu objetivo é informar e conectar as pessoas com o que acontece em suas cidades. Acredito no poder da informação como ferramenta de transformação e estou sempre em busca de trazer conteúdo relevante e atualizado para nossos leitores. Vamos juntos explorar as histórias que moldam nosso estado!