Um tribunal do Reino Unido ouviu nesta semana que um clínico geral supostamente colocou, diversas vezes, o próprio sêmen em xícaras de café que preparou para uma mulher que conhecia.
O doutor Nicholas John Chapman, de 55 anos, está sendo julgado no Tribunal da Coroa de Gloucester, sob a acusação de tentar fazer com que uma vítima, de 16 anos ou mais, se envolvesse em atividade sexual sem consentimento.
A mulher, que não pode ser identificada por motivos legais, ficou chocada ao descobrir uma misteriosa substância “pegajosa” no fundo de sua xícara ao terminar uma bebida que foi oferecida a ela pelo réu, segundo o tabloide Daily Star.
Após repetidas ocorrências, ela denunciou suas suspeitas à polícia, e um exame de laboratório posteriormente confirmou que a “gosma” era “sêmen que pertencia ao médico”.
O advogado de acusação, Richard Posner, disse ao tribunal que, em setembro de 2021, a mulher “ficou preocupada que pudesse haver algo errado com as bebidas quentes” que o doutor Chapman preparava para ela.
“[A suposta vítima] tinha boas razões para suspeitar, pois havia uma substância em seu café que não deveria estar lá”, disse ele ao tribunal. “Ao adicionar sêmen ao café, ele estava tentando envolvê-la em uma forma de atividade sexual.”
A mulher disse que começou a notar algo incomum em seu café no fim de 2020, mas demorou quase um ano para agir de acordo com suas suspeitas.
“Ela tomou um gole de sua bebida e cuspiu na pia. Não tinha o gosto certo. Tinha gosto salgado. Ela derramou o restante na pia e viu uma substância espessa e pegajosa entrar na pia”, continuou Posner. “Ela apenas sabia que era algo que não deveria estar lá. Ela nem por um momento pensou que poderia ser sêmen.”
O doutor Chapman foi posteriormente preso em seu consultório. Ele disse à polícia que ficou “chocado” e negou ter colocado esperma no café da vítima.
A advogada de defesa, Virginia Cornwall, disse ao tribunal que o réu não tinha nenhum interesse sexual na mulher. “Ele não se comportou de forma inadequada em nenhum momento e não fez café exclusivamente para ela”, afirmou, “Ele não mexeu no café dela — e só pode presumir que outra pessoa fez isso como uma brincadeira.
A magistrada ainda afirmou que, apesar de uma amostra de café coletada em 13 de setembro conter o fluido biológico do médico, “ele tem uma condição médica subjacente em que o sêmen é liberado ao abrir seu instestino”, pois o esperma do doutor Chapman seria um “subproduto da defecação, e não [algo] de natureza sexual”.
O julgamento continua.