A maquiadora transexual Alice Garrefa, de 25 anos, tinha terminado um relacionamento abusivo dias antes de ser achada morta no Rio Piracicaba, segundo relato de uma amiga, que prefere não ser identificada.
“Ela dizia que era mantida em cárcere privado, inclusive que ele a amarrava e batia nela. Falava que se ela contasse alguma coisa, não ia sair bem para ninguém. Mas ela só conseguiu contar isso pra gente depois que ela fugiu para cá”, diz a mulher.
O suposto comportamento violento do companheiro também foi informado à Polícia Civil pela mãe da jovem, que contou que a filha era ameaçada de morte, como consta no boletim de ocorrência.
Sumiço e morte
A jovem, que era de Sertãozinho (SP), desapareceu em 3 de agosto após marcar um encontro com um homem em um motel, em Ribeirão Preto (SP), onde ela passava uns dias na casa de um amigo.
De acordo com relato da mãe no boletim de ocorrência, Alice foi atraída para o motel pelo ex-companheiro, que é de Florianópolis (SC) e que teria usado um número desconhecido dela para se passar por outra pessoa.
“Quando ela chegou lá, ela ligou para o atual namorado dela e disse que era o cara de Floripa. Depois, o telefone dela se deu desligado”, afirma a amiga.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, Alice e o homem saíram juntos do motel em um carro branco. Após isso, ela não foi mais vista.
Sem contato com a filha, a mãe procurou a Polícia Civil no dia 4 de agosto e registrou o desparecimento na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Ribeirão Preto.
Investigação em andamento
O corpo de Alice foi localizado no domingo (9) às margens do Rio Piracicaba, em Americana (SP). Segundo registro da Polícia Civil, ela estava com as mãos amarradas e não foi possível identificar marcas de agressão por causa do avançado estado de decomposição.
O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios de Ribeirão Preto. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que mais detalhes não podem ser divulgados para não atrapalhar a apuração.
Alice foi enterrada nesta terça-feira (11) em Sertãozinho, onde ela havia voltado a morar com a família.