A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta quinta-feira (19), uma mulher de 26 anos e o ex-namorado dela, de 32, por agredirem e abusarem dos filhos dela, de apenas 4 e 6 anos. A avó paterna, inconformada com a situação degradante dos netos, relatou o caso à Delegacia de Vicente Pires.
As investigações começaram há um ano, quando os agentes estiveram na antiga casa da família, na Colônia Agrícola Samambaia. Na ocasião, eles cumpriam um mandado de busca e apreensão contra o então companheiro da mãe das crianças, mas não havia ninguém na residência no momento da ação.
Apesar de não conseguirem cumprir o mandado, os policiais constataram as condições insalubres do apartamento: havia fezes e urina de cachorros espalhadas pelo local, restos de comida, lixo e roupas estragadas, o que chamou a atenção da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais.
Diante disso, a avó paterna decidiu tomar as crianças da mãe e passou a cuidar delas. Ambas relataram que eram alimentadas pela mãe de maneira precária: comiam miojo com ovo, cachorro-quente, churrasquinho e marmita.
Além disso, eram submetidas a violência física, psicológica e sexual. As crianças confirmaram, em depoimento especial na Delegacia da Criança e Adolescente, que o ex-namorado da mãe tinha abusado sexualmente delas e que teriam presenciado os dois fazendo sexo entre si e com outras pessoas.
A menina disse ainda ter visto a mãe consumindo drogas. As crianças também sofriam agressões com toalhas molhadas em suas partes íntimas, levavam surras com cabo de vassoura, eram alvo de xingamentos e ameaças. O menino foi submetido a exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal, que atestou a violência física.
A mulher foi detida na casa dela, no Guará. Vivia em situação semelhante à que submetia os filhos: em meio a muita sujeira. O ex-namorado foi encontrado em casa, em Taguatinga. As crianças continuam sob os cuidados da avó.
Os presos vão responder pelos crimes de violência doméstica, maus-tratos, abandono material, estupro de vulnerável e satisfação de lascívia mediante presença de criança. Somadas, as penas podem alcançar 30 anos de prisão.