A família de Cintia Oliveira, de 40 anos, que teve a morte registrada por câmeras de monitoramento de uma casa na Rua Ciro Alves, no bairro Enseada, em Guarujá, no litoral de São Paulo, busca respostas sobre o que causou a morte da mulher.
O Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande emitiu um laudo atestando que teria sido enfisema pulmonar, mas, no dia do velório, os parentes abriram o caixão e observaram vários cortes e perfurações pelo corpo. Eles acreditam que ela foi assassinada.
A mãe de Cintia,de 60 anos, disse que a irmã dela foi ao IML e o legista afirmou que o corpo não tinha marcas de facadas. “Como não tem? Tem sim!”, garantiu ela, após ter visto as marcas na filha quando o caixão foi aberto.
A prima de Cintia, que não quis se identificar, contou que a família vai entrar na Justiça para que o caso seja investigado e a causa da morte alterada. A mãe complementou: “No velório, vimos o corte. Temos fotos. E, por isso, procuramos um advogado que irá nos ajudar”
As dúvidas sobre o real motivo da morte foram levantadas após o atendimento da ocorrência, na última quinta-feira (21). Os policiais militares que estiveram no local, bem como os médicos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), relataram que a vítima apresentava perfurações pelo corpo. A informação foi confirmada, em nota, pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) e pela Polícia Militar.
Lindalva Maria não acredita na certidão de óbito. Ela contou ter visto as imagens da filha morrendo “Temos as filmagens. Ela estava na parte de baixo do prédio abandonado e estava zonza”.
“Algo aconteceu dentro do prédio em que ela saiu. Por que estava cambaleando? Tinham dois rapazes pegando uma bicicleta. Isso tem que ser investigado”, disse a mãe de Cintia.
Ela reconheceu que a filha era usuária de drogas e que ficou três anos em situação de rua, mas afirma que “era uma pessoa controlada” e que sempre manteve contato, inclusive voltava para casa para comer, tomar banho e lavar as roupas.
Exumação e abertura de investigação
De acordo com o advogado da família, Airton Sinto, se comprovado que a mulher possui tais ferimentos, trata-se de um caso de exumação e abertura de investigação policial.
“Existem algumas lesões que aparentemente são típicas de ato defesa de arma branca, mas ainda tem que ser averiguado. É preciso ser investigado”, finaliza.
Relembre o caso
O caso ocorreu na Rua Ciro Alves, no bairro da Enseada. Câmeras de monitoramento de uma residência registraram a mulher andando pela rua.
Porém, logo em seguida, ela atravessa a rua e cai violentamente na calçada, batendo a cabeça no chão. A polícia trabalha com a hipótese de morte acidental, ocasionada pelo impacto da queda.
Uma equipe da 3ª Delegacia de Homicídios esteve no local, coletou algumas imagens e, agora, aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar as circunstâncias da morte. O caso registrado na Delegacia Sede de Guarujá.