A subvariante BA.2 da Ômicron, que rapidamente assumiu o controle na Dinamarca, é mais transmissível do que a mais comum, BA.1, e mais capaz de infectar pessoas vacinadas, mostrou estudo dinamarquês.
Casos de BA.2 foram registrados nos Estados Unidos, no Reino Unido,na Suécia e Noruega, em extensão bem menor do que na Dinamarca, onde representa cerca de 82% dos casos.
Cientistas e autoridades de saúde estão de olho no descendente de Ómicron, já que não se sabe se ele foge melhor das vacinas ou se causa uma doença mais grave.
Por que é difícil detectar a subvariante BA.2?
A OMS apelidou a linhagem BA.2 de ‘Stealth Omicron’ porque não causa uma marca específica em testes laboratoriais chamados “Falha no alvo do gene S”, o que torna possível se assemelhar a outras variantes do coronavírus em uma primeira triagem. Isso não significa que a variante não possa ser detectada, mas é feita de forma diferente.
A subvariante BA.2 é nova?
Os estudos mostraram que as cepas de Omicron evoluíram para 3 linhagens e são BA.1, BA.2 e BA.3.
Esta variante não é nova, o BA.2 foi detectado em mais de 30 países que carregaram quase 15.000 sequências genéticas do BA.2 para a plataforma Gisaid, composta principalmente por sequências da África do Sul, Dinamarca, Canadá, Reino Unido, Estados Unidos, Índia e outros países.
Quão eficazes são as vacinas contra o BA.2?
Um estudo realizado pela Agência de Segurança da Saúde do Reino Unido (UKHSA), detalha o seguinte:
Uma avaliação preliminar não encontrou evidências de diferença na eficácia da vacina sintomatática para a doença para BA.2 em comparação com a BA.1.
Após 2 doses, a eficácia da vacina foi de 9% e 13%, respectivamente, para BA.1 e BA.2, após mais de 25 semanas. Isso aumentou para 63% para BA.1 e 70% para BA.2 2 semanas após uma terceira vacina.
O que mais se sabe sobre esta versão do vírus?
O subtipo BA.2 tem muitas mutações. Cerca de 20 deles na proteína espícula são compartilhados com a variante original do omicron. Mas também apresenta alterações genéticas que não foram vistas na versão inicial.
Não está claro até que ponto essas mutações podem ser importantes, especialmente em uma população que enfrentou a versão original do omicron, disse o Dr. Jeremy Luban, virologista da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts.
No entanto, especialistas em saúde global poderiam dar seu próprio nome em grego se for considerado uma “variante de preocupação” de importância global.
A rápida disseminação do BA.2 em alguns lugares levanta temores de que ele possa ganhar força.
O que precisa ser feito para se proteger?
Os médicos aconselham as mesmas precauções de sempre: vacinar-se e seguir as recomendações das autoridades de saúde pública sobre o uso de máscaras, evitar multidões e ficar em casa se estiver doente.
Esta última versão é outro lembrete de que a pandemia ainda não acabou.
(Com informações da OMS, AP, Statens Serum Institut e GOV.UK)