Icesp esclarece boatos e notícias falsas sobre o vírus; Dia Internacional de Conscientização do HPV é celebrado nesta segunda-feira (4)
O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), maior centro de oncologia do país, ligado a Secretaria de Estado da Saúde e a Faculdade de Medicina da USP, lança uma campanha de mobilização virtual, a fim de chamar a atenção de internautas para o Dia Internacional de Conscientização do HPV, comemorado na próxima segunda-feira (4).
A campanha digital #TragoVerdadesDoHPV aposta em linguagem informal e didática para desvendar alguns boatos sobre o HPV que circulam na internet. O objetivo é conscientizar a população sobre prevenção e diagnóstico precoce, o uso de preservativo em qualquer tipo de relação sexual, a ligação do vírus com diversos tipos de câncer e a vacinação para crianças na rede pública.
“O Papilomavirus humano (HPV) é o causador da infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. Estima-se que 80% da população sexualmente ativa já entrou em contato com o vírus alguma vez na vida. É nosso papel conscientizar as pessoas sobre o assunto e abordar a importância do autocuidado na prevenção do vírus e doenças relacionadas. A campanha traz justamente esse conceito, de que a mensagem é para todos, independe de gênero, idade e orientação sexual”, destaca a Profª. Luisa Lina Villa, chefe do Laboratório de Inovação em Câncer do Icesp.
Embora muitas pessoas acreditem, de maneira equivocada, o HPV não é um vírus exclusivamente feminino. Afetando adultos, idosos e crianças de ambos os sexos, o vírus se instala na pele e em mucosas, pode ocasionar lesões e desenvolver tumores de colo do útero, vagina, ânus, boca e garganta, vulva e pênis. “Na maioria dos casos, as infecções são eliminadas espontaneamente pelo organismo, sem qualquer sinal ou lesão. Entretanto, alguns tipos de HPV podem causar verrugas genitais e, quando persistentes, o câncer”, explica Luisa.
Câncer de colo do útero: o mais comum no Brasil
Quando falamos em câncer do colo do útero, o vírus está relacionado ao desenvolvimento de tumores na região em 100% dos casos. Esse tipo de câncer está entre os dez mais incidentes no Brasil. No Icesp, representa mais de 8% do total de atendimentos do Instituto.
A principal forma de transmissão do HPV se dá pela relação sexual. No entanto, mais raramente, ela pode acontecer também por meio do contato com objetos e roupas de uso pessoal contaminados e de mãe para filho, durante o parto.
O uso do preservativo é uma barreira na transmissão do HPV e é sempre recomendável por ser muito eficaz na prevenção de ISTs (infecções de transmissão sexual) em geral, em todos os tipos de relação. A boa higiene genital, das mãos e de objetos de uso íntimo também pode minimizar o risco de contato com o vírus.
“É importante lembrar, também, que todas as mulheres precisam visitar o ginecologista e realizar o exame de Papanicolau rotineiramente, a fim de fazer o rastreamento de lesões no colo do útero”, ressalta a especialista.