Um filhote de gato nasceu sem o ânus e sobreviveu após ficar 50 dias sem defecar e ter duas paradas cardíacas. O animal, que recebeu o nome de ‘Boninho’, precisou ser socorrido às pressas pela ONG Viva Bicho, de Santos, no litoral paulista, e passou por procedimento cirúrgico de emergência para sobreviver.
Em entrevista neste sábado (4), a assessora de comunicação da ONG, Leila Abreu, explicou que, recentemente, a equipe resgatou uma gata prenha e conseguiu arrumar um lar temporário para ela.
“Como a gata prenha precisa de um lugar tranquilo para ficar, arrumamos esse local para os filhotes nascerem. E eles nasceram super bem e foram bem acompanhados, só que a pessoa que estava cuidando deles notou que um dos filhotes estava ficando com a barriga muito grande”, afirma.
Após o relato da cuidadora do lar temporário, os profissionais da ONG a orientaram a levar o filhote naquele mesmo momento para atendimento veterinário. Ao chegar na Viva Bicho, os médicos veterinários fizeram uma série de exames e descobriram que Boninho havia nascido sem o ânus.
Conforme explica Leila, a atresia anal é uma anomalia congênita que, eventualmente, pode ocorrer em gatos e cachorros. A falta de perfuração do ânus compromete a saúde do animal, levando-o à morte. Dessa forma, para salvar a vida de Boninho, foi necessário realizar, emergencialmente, a reconstrução cirúrgica do ânus.
“Caso não seja feito o procedimento, o intestino acaba estourando dentro do animal. Então o Boninho precisava de uma cirurgia de emergência, porque estava com apenas 50 dias, um bebê, e desde que nasceu estava sem defecar. Por isso, a barriga estava tão grande e ele chegou a ter duas paradas cardíacas. Ninguém percebeu antes, porque a mãe do filhote de gato, quando está amamentando, tem o costume de limpar as fezes do gatinho lambendo”, diz a assessora.
Como o gato foi levado para atendimento na ONG durante o último fim de semana, a equipe da Vive Bicho o conduziu às pressas, no domingo passado, a um hospital veterinário especializado em gatos, localizado na capital paulista. Logo que o filhote chegou já foi atendido, os especialistas identificaram a necessidade de uma cirurgia de emergência.
“Um veterinário urologista foi chamado para atendê-lo e foi feito raio-x de contraste para ver onde estava tendo a obstrução. Foi uma cirurgia plástica, praticamente, que foi feita nele. E uma veterinária desse hospital acabou se apaixonando pelo Boninho e o adotou. Agora ele está ótimo, ainda não sabe segurar as fezes, mas está conseguindo fazer normalmente e aprendendo aos poucos. Ele foi muito guerreiro, porque no caminho até o hospital já não conseguia abrir os olhos, de tão inchados, além de ter sentido muita dor. Mas o mais importante, é que a vida dele foi salva”, destaca Leila.