O jovem de 25 anos que foi preso suspeito de espancar o filho confessou à polícia que torturava a criança de 8 anos com choques e sessões de afogamento quando ficava bêbado, em Goiânia. Fotos feitas pela corporação mostram que o menino tem ferimentos por todo o corpo, principalmente nas costas e nas unhas, que, segundo a polícia, eram arrancadas pelo investigado.
“Ele alegou que era porque ele bebia muita cachaça e que se transformava em outra pessoa e quebrava tudo que via pela frente, inclusive o garoto. Ele espancava o garoto de todas as formas possíveis”, disse o delegado Wesley da Silva, responsável pelo caso.
O jovem foi preso na última segunda-feira (7), em cumprimento a um mandado de prisão preventiva. Segundo o delegado, as investigações iniciaram após uma denúncia da avó materna, que recebeu o neto para passar uns dias em sua casa depois de o pai dele sofrer um acidente.
A perícia apontou que o suspeito submetia o filho a intensas sessões de crueldade, ocasionando sofrimento físico e mental à criança.
“O Instituto Médico Legal, em análise, entendeu que as agressões estavam visíveis e pontuou que tudo foi praticado com requintes de crueldade”, disse o delegado.
O menino contou aos policiais que o pai o agredia de diversas formas, entre elas fazendo o uso de choques elétricos, sessões de afogamento e pisões no pescoço.
“Inicialmente, a criança relatou que seu pai começou a agredi-la com um fio de energia. Com o tempo, ele começou a descascar esse fio, ligar na tomada e encostar no corpo da criança, causando queimaduras”, contou o delegado.
O menino relatou ainda que era acordado durante a madrugada, quando seu pai pegava um balde com água, o afogava e, depois, o agredia com pedaços de fio.
As agressões continuavam, segundo a criança, quando o pai a jogava no chão e pisava em seu pescoço e em sua cabeça. Depois, de acordo com o menino, o homem pegava um alicate, abria sua boca e puxava sua língua com o instrumento.
A corporação informou ainda que as agressões começaram no ano passado. O delegado disse que o caso continua sendo investigado e que, até a tarde desta terça-feira (8), ainda não tinha informações sobre a mãe da criança, que morava com pai e madrasta.
O suspeito foi encaminhado ao presídio após ser detido e vai responder pelo crime de tortura. A criança foi levada para a casa da avó materna.