Funcionários que trabalham na limpeza do Tietê dizem que encontraram 13 corpos no fundo do rio apenas em 2023, sendo que alguns estavam amarrados com cordas e até em estado de decomposição.
Apesar de os casos em que há sinais de violência serem encaminhados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a diretora do órgão da Polícia Civil disse que ainda não recebeu nenhum caso neste ano.
“A morte suspeita não é encaminhada num primeiro momento para o DHPP, porque se faz um primeiro levantamento no distrito da área. Menos de 6 meses é pouco provável que chegue alguma coisa, é de 6 meses para frente”, afirmou Ivalda Aleixo, diretora do DHPP.
Não é possível saber com exatidão se os corpos foram jogados no Rio Tietê ou vieram de outros lugares. Em 2022, um corpo foi encontrado no Córrego Aricanduva, na Zona Leste, que deságua no Tietê.
Para Rafael Alcadipani, professor da FGV que estuda os casos de violência, jogar os corpos nos rios é um método usado por criminosos para dificultar o trabalho da polícia.
“Vai depender muito de você conseguir identificar esse corpo, ir atrás da pessoa, conhecer a história dessa pessoa para tentar entender como é que foi que aconteceu e por que essa pessoa acabou sendo morta e jogada no rio”, disse o pesquisador.
Segundo Ivalda, não se pode descartar a hipótese de que algumas das pessoas encontradas tenham sido vítimas “de algum tipo do chamado tribunal do crime”.
O que diz o governo de SP
Em nota, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), responsável pela limpeza do rio, informou que, quando as equipes encontram algum corpo, a empresa aciona imediatamente a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros para que providenciem a remoção, e que o Daee não participa desse procedimento.
Já a Secretaria da Segurança Pública informou que, independentemente do prazo para que o caso chegue ao DHPP, não existe prejuízo para as investigações.