Fapesp: Startup desenvolve controle inteligente de iluminação pública

Empresa de SP foi uma das selecionadas na chamada Cidades Inteligentes-Cidades Sustentáveis, lançada no ano de 2016

Fonte: CenárioMT, com informações do Portal do Governo

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Uma startup paulistana é destaque no âmbito do programa Pipe/Pappe Subvenção, resultado de um acordo de cooperação entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep). Um sistema de controle de iluminação pública com recursos de inteligência artificial é a inovação que a Desh Tecnologia pretende colocar no mercado ainda este ano.

Vale lembrar que a empresa foi uma das selecionadas na chamada Cidades Inteligentes-Cidades Sustentáveis, lançada em 2016. A companhia é responsável pelo desenvolvimento do hardware e do software do sistema, com conexão sem fio à internet, que possibilita a análise de dados para o controle inteligente da iluminação pública.

Além do monitoramento da iluminação, o projeto deve incluir outras funcionalidades, como controle de tráfego, estacionamento e consumos de água e gás. O engenheiro eletricista Douglas Malvar Ribas, sócio-fundador da Desh Tecnologia, explica que a comunicação sem fio em grandes áreas e a integração de diversos dispositivos de interesse para smart cities é possível graças à escolha da tecnologia aplicada ao projeto – a radiofrequência em rede mesh.

Cobertura

Diferentemente de um sistema sem fio por wi-fi, no qual há um único roteador conectado à internet, a rede mesh dispõe de diversos pontos, como uma “rede de nós”. “Na rede mesh todos os pontos servem de repetidores do sinal. E a iluminação pública oferece a possibilidade de instalação de muitos pontos próximos uns dos outros, criando uma cobertura de internet em grandes áreas”, explica Douglas Malvar Ribas.

Em linhas gerais, o sistema é composto por três elementos: um rádio em cada luminária, que executa a função de fotocélula para fazer o controle de iluminação; concentradores instalados em pontos estratégicos (para receber os dados enviados, ponto a ponto, pela rede mesh); e uma central de controle, com recursos de inteligência artificial, para a análise dos dados.

Eficiência

De acordo com o pesquisador, na iluminação pública, o sistema fará não apenas o acionamento das lâmpadas – função já existente em outros sistemas e que é ativada por meio de sensores que detectam o nível de luminosidade no ambiente. “O produto contempla funções como controle de intensidade da luz, por meio de sensores de presença, medições de corrente para estimativa de consumo de energia e diagnósticos de falhas, antecipando manutenções”, enfatiza.

“O grande diferencial da Desh está em oferecer um sistema de comunicação com o que há de mais moderno em rede mesh, já utilizada em alguns sistemas importados, mas com domínio local da tecnologia, não utilizando tecnologias licenciadas ou módulos de comunicação comprados de terceiros”, afirma.

Potencial

O pesquisador estima que exista grande potencial de inserção do produto no setor de iluminação pública. Além de economizar energia elétrica, devido ao controle mais eficiente do uso e manutenção dos equipamentos de iluminação, o novo sistema traz como benefício maior precisão no cálculo de consumo – o que pode interessar tanto concessionárias de energia quanto prefeituras que as contratam.

“Hoje, a cobrança do serviço é feita por estimativa, baseada na quantidade de lâmpadas, consumo médio e tempo médio em que ficam ligadas. Com o sistema, será possível obter todos esses dados com maior precisão. O equipamento ajudará muito a contabilizar o consumo de energia para a cobrança pela concessionária, corrigindo erros e perdas que pode haver para os dois lados”, salienta Douglas Malvar Ribas.

A Desh prevê que as prefeituras estarão entre os clientes finais do produto, mas a startup não pretende comercializá-lo diretamente. “A ação comercial deverá ser feita junto a consórcios ou empreiteiras contratados pelas prefeituras para implantar, operar e fazer a manutenção da iluminação”, explica.

Empresas de energia, água, óleo e gás já são clientes da Desh. Segundo o empresário, para duas grandes concessionárias de energia a empresa já comercializa equipamentos que fazem a leitura automatizada da energia elétrica. “Hoje, nossa maior receita vem da venda do rádio, que traz um software embarcado para a medição do consumo de energia elétrica”, diz.

Histórico

Instalada no município de São Paulo, a Desh está entrando em seu quinto ano de atividade. Ela foi constituída em 2014 com o propósito de participar do Start-Up Brasil, Programa Nacional de Aceleração de Startups criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). “Registramos o CNPJ para participar do programa”, lembra o empresário.

Na época, Douglas Malvar Ribas e mais dois engenheiros – Adriano Yamaoka e Hugo Sampaio – trabalhavam em uma empresa que desenvolvia soluções de comunicação para aplicações industriais.

Após a participação no programa federal, com a obtenção de uma bolsa pelo período de um ano, a Desh associou-se à aceleradora Baita, de Campinas, que deu as orientações de estratégia e gestão.

Vale destacar que o apoio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) conferiu fôlego à empresa, por meio da Fapesp. “O programa também nos deu possibilidade de investir em tecnologia inovadora com alto risco. Nossa meta é desenvolver tecnologia de ponta para concorrer de igual para igual com gigantes internacionais; queremos ser uma referência no segmento”, completa.

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