Os Estados Unidos deram uma declaração oficial nesta sexta-feira (7) para confirmar que vão fornecer à Ucrânia bombas de fragmentação, um tipo de bomba que se abre no ar e libera dezenas de outras bombas menores.
O assessor de segurança do governo dos EUA, Jake Sullivan, disse que o país vai entregar milhares de armas desse tipo aos ucranianos.
Há uma oposição ao uso de bombas de fragmentação –o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, deixou claro nesta sexta-feira que é contrário ao emprego dessas armas, que atingem uma área ampla e implicam um risco de danos não intencionais.
Forças Armadas dos EUA justificam
As Forças Armadas dos EUA deram declarações sobre as bombas de fragmentação: um oficial dos EUA diz que o pior que pode acontecer para os civis na Ucrânia é que a Rússia vença a guerra, e que os russos estão usando bombas de fragmentação na guerra.
No começo da guerra, a Anistia Internacional chegou a acusar a Rússia de usar esse tipo de arma no conflito, e na época o governo russo negou que estivesse empregando bombas de fragmentação na Ucrânia.
As falhas da bombas
Um dos problemas das bombas de fragmentação são as falhas. Pelo mecanismo dessas armas, a bomba principal se abre no ar e dispersa diversos explosivos menores no ar. Uma parte dessas bombas menores não é detonada na hora. Esses artefatos que não explodiram na hora são considerados falhas –em algum momento incerto, eles podem explodir e causar mortes não intencionais.
Sullivan, o assessor de segurança do governo dos EUA, disse que os americanos vão mandar uma bomba de fragmentação que tem uma taxa de falhas relativamente baixa.
“Reconhecemos que as munições de fragmentação representam um risco de dano aos civis, devido aos artefatos explosivos não detonados, e é por isso que adiamos a decisão pelo maior tempo possível. Mas também existe um enorme risco de dano civil se as tropas e tanques russos avançarem sobre as posições ucranianas, conquistarem mais território ucraniano e subjugarem mais civis ucranianos, pois a Ucrânia não possui artilharia suficiente. Isso é intolerável para nós.”
De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, algumas munições de fragmentação deixam para trás bombas menores com uma alta taxa de falha na explosão – até 40% em alguns casos. A taxa de artefatos explosivos não detonados das munições que serão enviadas para a Ucrânia é inferior a 3% e, portanto, significará menos bombas não detonadas deixadas para trás, com potencial para prejudicar civis.
Uma convenção que proíbe o uso de bombas de fragmentação foi aderida por mais de 120 países, que concordaram em não usar, produzir, transferir ou armazenar essas armas e em desativá-las após o uso. EUA, Rússia e Ucrânia estão entre aqueles que não assinaram o tratado.