Esther Dweck na Febraban: Estado forte explica cenário econômico positivo

Fonte: da Redação

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, participou nesta segunda-feira (24/11), em São Paulo, do Almoço Anual de Dirigentes de Bancos, promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Tradicional no calendário do setor, o encontro reuniu cerca de 400 convidados, entre CEOs e dirigentes das principais instituições bancárias do país, parlamentares, lideranças empresariais e autoridades do Poder Executivo.

O evento teve como destaque a apresentação do balanço econômico de 2025 e das perspectivas para 2026, conduzida pelo ministro interino da Fazenda, Dario Durigan, e pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Também participaram o ministro da Previdência e Assistência Social, Wolney Queiroz, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.

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Ao comentar o cenário macroeconômico, as autoridades destacaram o bom desempenho da economia brasileira, combinando crescimento com inflação controlada e redução do desemprego e das desigualdades. “Esse cenário não é fruto do acaso, mas das medidas adotadas”, ressaltou a ministra Esther Dweck .

Dweck argumentou que o país vive uma combinação rara na história recente, destacando que esse cenário só é possível devido ao fortalecimento da capacidade estatal.

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Esse mandato do presidente Lula tende a ser o mandato com menor inflação e com uma combinação muito rara na história brasileira: conseguir crescer com desemprego baixo, com baixa inflação e reduzir desigualdade. Isso é fruto de políticas públicas que têm sido feitas, e o MGI, que faz parte da equipe econômica, tem a forte missão de aumentar a capacidade do Estado brasileiro, com mais eficiência e mais eficácia, para a implementação de políticas públicas”, lembrou. Segundo ela, um Estado eficiente e inovador é decisivo para a qualidade do ambiente de negócios e para a implementação de políticas públicas de impacto.

Ao abordar o papel do MGI na agenda econômica, a ministra enfatizou que a capacidade de atuação do Estado é decisiva para que políticas públicas se traduzam em resultados concretos. Para ela, a diferença entre países que reagem permanentemente a crises e aqueles capazes de planejar e agir com rapidez está na qualidade das instituições públicas, na coordenação de políticas e na segurança jurídica.

Dweck ressaltou que a eficiência da máquina pública é condição essencial para ambientes de negócios mais estáveis, previsíveis e produtivos. “Quando o Estado não age, todos são afetados”, afirmou, citando o impacto do sucateamento de agências reguladoras sobre autorizações, licenças e investimentos privados sofridos em gestões anteriores.

Estamos caminhando na linha de um governo para cada pessoa e para prestar o melhor serviço para cada um. Um governo que reconhece cada empresa e pessoa de forma única e segura, que troca dados internamente, para não exigir redundância e assim reduzir custos e incertezas para quem empreende, investe e financia”, disse Esther Dweck.

A ministra explicou que o MGI atua simultaneamente em três eixos: pessoas, organizações e digital.  E a agenda digital tem se consolidado como motor de eficiência, redução de custos e segurança para o setor público e privado. Nesse contexto, apresentou as principais entregas da pasta que dialogam diretamente com o setor financeiro.

Prosperidade

O ministro interino da Fazenda, Dario Durigan, ressaltou o novo momento vivido pelo país, marcado pela geração de empregos, aumento da renda e avanço do investimento público e privado e pela combinação entre responsabilidade fiscal, justiça social e sustentabilidade ecológica.

“A política econômica desse terceiro mandato do Presidente Lula deu um tom de prosperidade que há muito sentimos falta no país. O nosso país precisa crescer e se desenvolver conjugando três compromissos fundamentais: a responsabilidade fiscal, a justiça social e a sustentabilidade ecológica.”

Durigan enfatizou ainda o papel das reformas estruturantes conduzidas desde 2023, como bases para um novo ciclo de desenvolvimento. “Lideramos reformas estruturais importantes para o país. Navegamos desafios internacionais e crises geopolíticas inéditas. Estamos apontando para um novo modelo de desenvolvimento do país, calcado em grande medida em duas transformações: a transformação ecológica e a transformação digital”, afirmou.

Melhor que o previsto

A ministra Simone Tebet, por sua vez, reforçou que o Brasil encerra 2025 em situação melhor do que inicialmente previsto pelo governo e pelo mercado, com crescimento acima de 3% nos dois primeiros anos do mandato e redução do desemprego ao menor nível da série histórica. Para Tebet, o desafio central é qualificar o orçamento, direcionando recursos a áreas estratégicas.

Gastar muito é ruim, mas gastar mal é pior ainda. Se gasta muito com ciência, tecnologia, inovação, educação pública de qualidade, um país como o Brasil pode suportar. Não importa a cifra. O problema é quando gastamos mal”, disse Simone Tebet.

O ministro Wolney Queiroz também destacou a importância da parceria estrutural entre o Ministério da Previdência Social e o sistema financeiro, responsável pela operacionalização mensal de 41 milhões de benefícios no país. Ele ressaltou o papel da inovação e da autorregulação bancária na ampliação da proteção e da qualidade do atendimento à população. “A indústria bancária sempre esteve na vanguarda da inovação e queremos que essa inovação continue sendo aplicada para proteger e atender cada vez mais e melhor os seus clientes que, antes de tudo, são brasileiros.”

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo , chamou atenção para a complexidade das decisões econômicas e para a articulação necessária entre Fazenda, Planejamento e MGI, destacando a relevância das discussões conduzidas pela ministra Esther Dweck em temas estruturais de gestão de pessoas, racionalização de recursos e modernização administrativa, aspectos que influenciam diretamente o desempenho econômico e a eficiência do Estado.

CIN e a segurança nacional de identificação

Dweck destacou que a Carteira de Identidade Nacional (CIN) inaugura a primeira identidade civil única do país, com CPF como número exclusivo, biometria avançada e versão digital integrada ao Gov.br. Segundo estudos citados pela ministra, a CIN é dez vezes mais segura que o antigo RG e reduz significativamente riscos de fraudes. O país já ultrapassou 39 milhões de CINs emitidas, com expectativa de atingir 4,5 milhões de emissões mensais em 2026, rumo à meta de 100 milhões de identidades.

A ministra Esther Dweck enfatizou que o avanço das infraestruturas públicas digitais, da integração de bases de dados e da nova política de identificação civil representa uma mudança estrutural na forma como o Estado se relaciona com cidadãos e empresas. Segundo ela, essas entregas consolidam um modelo moderno de prestação de serviços públicos, baseado na eficiência, na redução de redundâncias e na segurança informacional.

A ministra também detalhou o calendário de implementação do cadastro biométrico obrigatório, que começa a valer nesta semana para novos benefícios previdenciários e assistenciais. O objetivo é que, em 2028, somente a biometria da CIN seja utilizada para acesso a benefícios sociais, consolidando uma base segura e integrada em todo o país.

Dweck ressaltou o Acordo de Cooperação Técnica assinado com a Febraban para validar os serviços da Infraestrutura Pública Digital de Identificação Civil e produzir estudos sobre impacto econômico da identificação digital. O ACT permitirá que bancos consultem, via API, dados biográficos e biométricos da CIN, mediante consentimento do usuário , reduzindo fraudes e diminuindo custos operacionais.

Integração nacional de dados

A ministra apresentou ainda avanços da Infraestrutura Nacional de Dados, operacionalizada pelo Conecta.gov, que já gerou mais de R$ 7,1 bilhões de economia desde 2023 e integra 977 serviços por meio de 1.730 conexões entre bases públicas. Entre as iniciativas estruturantes, destacou o aplicativo Meu Imóvel Rural, que reúne informações fundiárias e ambientais em formato verificável, agilizando o crédito rural e reduzindo assimetrias de informação. A ministra também mencionou o lançamento do CAR como Bem Público Digital na COP30, ação que fortalece a governança ambiental e oferece tecnologia aberta para outros países.

Ao detalhar o papel do MGI na transformação do Estado, Dweck reforçou que a modernização administrativa e a consolidação de capacidades estatais são condições essenciais para a construção de um ambiente institucional mais previsível e favorável ao desenvolvimento econômico. Ela destacou que a combinação entre digitalização, interoperabilidade de dados e fortalecimento das estruturas de gestão pública resulta em serviços mais simples, eficientes e confiáveis para toda a sociedade.

Nesse sentido, afirmou que “fortalecer as capacidades do Estado brasileiro é construir um Estado mais inteligente, mais digital, mais conectado, que ofereça segurança, previsibilidade e eficiência. E que seja, para o setor financeiro, para o setor produtivo, um parceiro confiável na redução de custos, riscos e assimetrias. E é nessa direção que estamos caminhando”, frisou.

Diálogo entre governo e setor financeiro

O evento contou ainda com a participação do presidente do Conselho Diretor da Febraban, Luiz Carlos Trabuco, e do presidente da entidade, Isaac Sidney, que reforçaram o compromisso do setor bancário com inovação, sustentabilidade e segurança no atendimento à população. Em sua saudação inicial, a Febraban destacou o impacto transformador de soluções como o PIX, o Open Finance e o avanço das práticas ESG no setor financeiro. “Este é um evento que reforça o compromisso do setor bancário, que está pronto para enfrentar qualquer desafio que surgir. Nossa crença fundamental é que a integridade e tecnologia caminham lado a lado, valorizando a sustentabilidade do setor bancário através da boa prática bancária”, destacou Luiz Carlos Trabuco.

Realizado em São Paulo, o Almoço Anual da Febraban consolidou-se mais uma vez como espaço estratégico de diálogo entre governo federal e setor financeiro, contribuindo para alinhar expectativas, antecipar tendências e fortalecer a construção de um ambiente econômico estável, moderno e orientado ao desenvolvimento sustentável.

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