Walter Faria, dono do Grupo Petrópolis, se entregou à Polícia Federal (PF), em Curitiba, por volta das 12h desta segunda-feira (5). Ele é alvo da 62ª fase da Operação Lava Jato e estava foragido desde o dia 31 de julho. O empresário e teve um mandado de prisão preventiva expedido.
Batizada de Rock City, a fase da operação mira o pagamento de propinas disfarçadas de doações eleitorais e operações de lavagem de dinheiro feitas pelo Grupo Petrópolis, da marca de cerveja Itaipava.
Além de Walter, também estão presos Vanuê Faria, Silvio Antunes Pelegrini, Maria Elena de Sousa e Cleber Faria. Naede de Almeida teve um mandado de prisão temporária expedido e está foragido. Vanuê e Cleber Faria são sobrinhos de Walter.
O Grupo Petrópolis, conforme as investigações, teria auxiliado a Odebrecht a pagar propina por meio da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior.
Na sexta-feira (2), a juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara Federal do Paraná, decidiu prorrogar por mais cinco dias o prazo das prisões temporárias de Vanuê, Silvio e Maria Elena.
Investigações
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), as irregularidades são investigadas desde 2016, quando uma planilha com nomes de políticos e referência à cerveja Itaipava foi achada na casa do executivo da construtora Odebrecht Benedicto Junior.
Contudo, após a quebra do sigilo bancário dos investigados, notou-se que contas ligadas a Faria no exterior continuaram sendo movimentadas em 2018 e 2019, conforme a investigação.
O MPF informou que as investigações apontam que Walter Faria e outros executivos do Grupo Petrópolis atuaram na lavagem de cerca de R$ 329 milhões de reais em contas fora do Brasil.
A força-tarefa aponta ainda que o presidente do Grupo Petrópolis usou o programa de repatriação de recursos de 2017 para trazer ao Brasil, de forma ilegal, cerca de R$ 1,4 bilhão que foram obtidos de forma ilícita.
Em depoimento de delação premiada, o presidente do Grupo Petrópolis já tinha relatado o esquema à polícia em setembro de 2017.