Os oito homens flagrados pela polícia de Santa Catarina durante um encontro de neonazistas tiveram as prisões em flagrantes convertidas em preventivas, informou o delegado Arthur Lopes, responsável pelo caso. Eles haviam sido detidos na segunda-feira (14) e a audiência de custódia ocorreu na tarde de terça (15).
O grupo é suspeito de integrar uma célula neonazista interestadual com ligação internacional. Os oito homens estavam reunidos em um sítio em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, para participar de um encontro anual, quando foram localizados pela Polícia Civil.
Entre os presos, há o integrante de um grupo skinhead internacional, conhecido por ser intolerante e de extrema direita. Os nomes dos homens não foram informados. Todos eles ficarão presos em Santa Catarina.
De acordo com o Promotor de Justiça Luiz Fernando Pacheco, responsável pela 40ª Promotoria de Justiça da Capital, as investigações até o momento indicam que o grupo age com forte exaltação à ideologia fascista e apologia ao nazismo.
Investigação
De acordo com as investigações, os criminosos teriam escolhido o município por ser a primeira colônia alemã em Santa Catarina, instalada em 1829. Em depoimento, segundo o delegado, alguns confirmaram a informação, mas outros negaram.
Os presos, quem têm entre 22 a 48 anos, foram levados em flagrante pela prática dos crimes de associação criminosa e racismo. Quatro são do Rio Grande do Sul, um de Santa Catarina, um do Paraná, um de Minas Gerais e um de Portugal.
No sítio, foram encontradas revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de grupos supremacistas.
Um dos conduzidos ainda foi autuado por porte ilegal de arma de fogo por ter sido flagrado com balas.
No cumprimento de um mandado de busca e apreensão no sítio onde foram encontrados os homens, a polícia localizou equipamentos eletrônicos e outros objetos que passarão por perícia.
Outro mandado de busca e apreensão foi cumprido em Florianópolis, na casa de um suspeito de integrar o grupo.
Quem são os presos
Entre os presos há um português que mora do Brasil há vários anos. Outros dois homens já se envolveram em crimes de homicídio decorrentes de intolerância.
Um deles estava usando tornozeleira eletrônica por ter sido condenado por uma tentativa de homicídio decorrente de um ataque skinhead contra judeus no Rio Grande do Sul.