Em época de “fique em casa” devido ao novo coronavírus, perfis na internet induzem crianças a participar de um novo desafio mortal. Assim como o desafio conhecido por todos, chamado Baleia Azul, agora no mesmo formato porém com outro personagem, o pateta da Disney, homens atraem atenção de menores para fazerem desafios.
O homem, vestido como o personagem Pateta, é real, as autoridades no Brasil já começaram a receber denúncias.
Segundo o site R7, uma desembargadora de Santa Catarina, Rosane Portella Wolff, disse que ainda há uma dificuldade na identificação dos responsáveis: “É algo que desaparece em determinados momentos, se criam outros perfis e assim sucessivamente.”
Nas redes sociais, o perfil é identificado como Jonathan Galindo, na foto ele aparece maquiado como o personagem infantil da Disney. Após ganhar a confiança dos pequenos, em um determinado momento o perfil acaba fazendo ameaças perturbadoras. As crianças caem nessas armadilhas virtuais e são induzidas a participar de desafios com o objetivo de machucá-las.
O primeiro perfil foi originalmente criado há três anos no México. Com o tempo, os perfis falsos foram se multiplicando até chegaram ao Brasil.
Em uma das postagens, o homem pede que as crianças coloquem sabão em pó nos olhos para que eles fiquem azuis. Em outra, incentiva o vício em cigarros.
O “Homem Pateta” têm poucas postagens porque, após ganhar a confiança das crianças, os criminosos enviam mensagens privadas com textos, vídeos e áudios com ameaças e intimidações. Segundo o portal R7, há relatos de que são ensinadas técnicas de suicídio.
A equipe do CenárioMT fez uma simples busca no Facebook por Jonathan Galindo, aparece inúmeros perfís com o codinome, alguns deles criado a menos de uma hora.
No ano de 2017, o desafio da Baleia Azul desencadeou uma série de suicídios de crianças e adolescentes pelo mundo, onde um destes desafios era fazer um corte no braço com uma faca ou lâmina em formato de baleia. Quem decidisse deixar o jogo era ameaçado pelo administrador, que geralmente tinha dados pessoais da vítima.
O mais recente foi da boneca Momo, que aparecia em vídeos infantis ensinando.
A adolescência é um período de transição difícil tanto para os adolescentes quanto para os pais e familiares, por isso devemos estar atentos a falsos julgamentos e achar que alterações de humor ou automutilação são situações comuns nesta fase da vida.
Garantindo a segurança online das crianças
Crianças são seres em formação, que normalmente não conseguem esconder quando há algo errado. São as primeiras a falarem dos seus dias sem pensar duas vezes e o silêncio pode ser indicador de que é um bom momento para uma conversa entre pais e filhos.
De qualquer forma, é difícil imaginar uma criança praticando automutilação sem que seus pais percebam. Já nas redes, o cyberbullying age de forma mais discreta, tornando necessária a presença dos pais para entender os comportamentos dos seus filhos e compreender quais de fato são sinais de alerta.
Medidas básicas contra os perigos da internet
Além disso, é preciso alertar aos pequenos que números desconhecidos no whatsapp devem ser ignorados, assim como os pedidos de amizade de desconhecidos em redes sociais. Conteúdo pessoal não deve ser compartilhado publicamente, nem mesmo no Instagram.
Observe os conteúdos consumidos, tanto em canais como YouTube Kids quanto em jogos para crianças e outras formas de diversão interativas. Se um vídeo assustador aparecer, a criança deve ser orientada a comunicar os pais. Estes, por sua vez, podem dar um passo à frente e entrar em contato com sites como YouTube e Google para evitar que a mensagem se propague.
Medidas simples como estas fazem parte do uso consciente e construtivo das tecnologias, sem que seja necessário proibir ou regular radicalmente o uso de gadgets, como celulares e tablets.
