Covid-19: Robô que mata vírus, fungos e bactérias é testado em Hospital

“A ideia é que sejam usados pela própria Universidade Federal de Pernambuco a princípio no Hospital das Clínicas", disse o pesquisador Leandro Almeida.

Fonte: Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

desinfetar ambientes
© Divulgação

Cientistas brasileiros criam robô que desinfeta coronavírus do ambiente, batizado como robô Aurora, foi desenvolvido por pesquisadores brasileiros para desinfetar ambientes e eliminar micro organismos, como o novo coronavírus.

O robô Aurora será testado em uma unidade avançada no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Já foi comprovada sua eficácia contra micro-organismos, matando vírus, fungos e bactérias. O espectro do robô é bem amplo e não se limita ao novo coronavírus. Ele utiliza radiação para desinfetar os ambientes e inteligência artificial para locomoção. Agora, ele precisa passar pelo teste de usabilidade, isto é, ser incluído na rotina do hospital.

No teste de usabilidade, previsto para realização até o final deste mês, os pesquisadores querem saber o uso do Aurora, qual a sensação que ele desperta nas pessoas, se ele se desloca bem no ambiente hospitalar, em que horários ele pode ser utilizado dentro da dinâmica do hospital. “Isso tudo se refere ao uso do dispositivo”.

Dez unidades do robô serão entregues este mês à universidade. “A ideia é que sejam usados pela própria UFPE, a princípio no Hospital das Clínicas, mas em outras instalações, como odontologia, laboratórios de análise. Vai ficar a cargo da universidade esse planejamento de alocação das unidades”, informou Almeida. A ferramenta poderá ser usada também em outros locais que necessitem de desinfecção periódica.

Industrialização

O pesquisador do CI/UFPE afirmou que os criadores do Aurora buscam agora parcerias para a produção industrial de mais unidades do robô, porque a universidade não tem planta industrial para fabricar o dispositivo. “A gente quer tirar essa solução de dentro da universidade e levar para a sociedade. Para isso, a gente precisa de parcerias para poder investir, construir planta para a fabricação, ou encontrar alguém que já tenha esse know-how (experiência) para a gente conversar e alinhar o desenvolvimento de mais unidades e levar isso para fora, para a sociedade em geral”.

Também este mês está sendo depositado o pedido de patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Essa etapa é fundamental para dar seguimento ao projeto. Leandro Almeida informou que os pesquisadores já têm conversado com algumas indústrias e “a receptividade é boa. Tem empresas interessadas em desenvolver e a gente está avançando nessas negociações. Não existe nada garantido que vai dar certo, mas a gente tem que conversar. Estamos abertos para mais parcerias também”.

Radiação ultravioleta

O projeto do robô Aurora é desenvolvido por três instituições públicas: Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), campus Recife; a UFPE; e o Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste. Almeida explicou que o robô usa radiação ultravioleta na Banda C, que tem poder germicida, mas pode ser prejudicial às pessoas.

“O que a gente está propondo com essa unidade é popularizar essa tecnologia, que já era utilizada em hospitais e centros de pesquisa. A gente quer popularizar a tecnologia, de tal modo que ela seja acessível e com segurança em outros ambientes. A gente desenvolve um dispositivo para o robô, mas também cria um protocolo de utilização desse robô, que precisa ser rigorosamente seguido. Com produtos químicos, a gente tem que tomar cuidado com todo mundo”. Cuidado ainda maior tem que ser tomado em relação ao Aurora, para que ele não seja agressivo às pessoas.

Quando o robô estiver em atividade, não pode ter ninguém no ambiente. O operador evacua o ambiente para que ele possa ser utilizado e se protege atrás de alguma barreira, que pode ser uma parede, um vidro simples. “Ele vai estar protegido. Mas é preciso seguir esse protocolo”, advertiu Leandro Almeida.

O funcionamento do robô Aurora é realizado por intermédio de um operador que utiliza uma Interface Homem Máquina para definir o caminho a ser percorrido pelo robô durante a desinfecção. Ao finalizar esse procedimento, o trajeto fica gravado na memória do robô para que o operador possa se retirar do ambiente e dar início ao processo de varredura. O equipamento possui segurança para os usuários, uma vez que seu funcionamento é realizado sem a presença das pessoas no ambiente, reiterou a UFPE, por meio de sua assessoria de imprensa.

Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.