Como evitar acidentes como choque que matou mulher ao usar lava a jato em Santa Catarina

Fonte: CENÁRIOMT COM G1

Como evitar acidentes como choque que matou mulher ao usar lava a jato em Santa Catarina
Como evitar acidentes como choque que matou mulher ao usar lava a jato em Santa Catarina

Uma mulher de 39 anos morreu eletrocutada ao usar um lava a jato em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Especialistas explicam que esse tipo de acidente costuma estar relacionado a falhas na rede elétrica, e dão dicas para evitar as ocorrências.

Segundo o mestre em energia elétrica Raimundo Celeste Ghizoni Teive, equipamentos como lavadores de alta pressão ou cortadores de grama podem ter fuga de corrente elétrica e precisam sempre estar ligados a tomadas que possuem, no circuito delas, um Dispositivo Diferencial Residual (DR).

“Eventualmente, algum fio energizado pode encostar indevidamente em uma parte metálica do equipamento, que não é isolante e conduz eletricidade”, comenta.

O especialista explica que o DR, considerado um disjuntor especial, identifica quando há uma fuga de corrente, fazendo o circuito desligar e evitando choques que podem levar à morte.

“A corrente vem pelo fio fase, passa pelo equipamento e volta pelo neutro. O DR vê quando a corrente que vai pela fase é muito diferente da que volta pelo neutro”, comenta. De acordo com ele, as duas precisam ser iguais.

O preço do DR é maior que o do disjuntor normal, o que explica, muitas vezes, a falta de adesão nas casas. “O objetivo do disjuntor normal é proteger, por exemplo, o lava a jato, e não proteger as pessoas [como é o caso do DR]”, afirma Teive.

“Não é toda tomada que o circuito dela precisa ter o DR, só aquelas que têm mais risco de choque. E quais são? De chuveiro, da cozinha, da área de serviço e de tomadas que vão ser usadas para esses equipamentos”, complementa o engenheiro.

Aterramento

Segundo Teive, para melhorar a proteção, é necessário também garantir o aterramento elétrico.

“Hoje em dia, as tomadas todas têm que ter três furos: fase, neutro e terra”, afirma.

O aterramento, de acordo com ele, “minimizaria a quantidade de corrente que passaria pelo corpo humano, porque a maior parte iria para o [fio] terra, já que a resistência é menor”, explica.

Orientações

O tenente Bruno de César Toledo Camilo, do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, destaca a importância de utilizar calçados isolantes ao manusear equipamentos elétricos em ambientes externos ou molhados.

Se um equipamento estiver apresentando funcionamento atípico, ele também recomenda que a máquina deixe de ser usada até que seja feita uma avaliação profissional.

As orientações, segundo ele, são:

  • Prever aterramento para a instalação elétrica;
  • Realizar a equipotencialização da instalação elétrica;
  • Instalar dispositivo de seccionamento automático (dispositivo diferencial residual – DR)
  • Caso a instalação elétrica esteja apresentando funcionamento atípico ou aparentemente perigoso (cheiro de queimado ou zumbidos, por exemplo), recomenda-se desligar o disjuntor e manter o circuito desenergizado até que seja feita uma avaliação por profissional habilitado;
  • Jamais realizar manutenções na instalação elétrica energizada.

Relembre

A moradora de Joinville, no Norte de Santa Catarina, Daiani Ramos de Oliveira Nobre limpava a calçada de casa quando sofreu o acidente com o lava a jato, informou a amiga Suzana Marina. O caso ocorreu no fim da tarde de segunda-feira (25).

De acordo com a PM, ao ouvir os gritos de socorro da filha da vítima, de 14 anos, um vizinho, que morava na casa de trás, imediatamente pulou o muro e se deparou com a mulher caída no chão.

Enquanto a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não chegava, segundo o relato do vizinho à polícia, outros moradores do bairro, ao verem a situação, se juntaram ao homem e tentaram reanimar a vítima.

Quando os socorristas chegaram, deram continuidade ao trabalho, mas a morte foi constatada em seguida.

Redatora do portal CenárioMT, escreve diariamente as principais notícias que movimentam o cotidiano das cidades de Mato Grosso. Já trabalhou em Rádio Jornal (site e redação).