O governo da China determinou a suspensão de compras de aviões da Boeing por parte de suas companhias aéreas, além de bloquear a aquisição de equipamentos e peças de empresas dos Estados Unidos. A decisão é vista como retaliação direta às novas tarifas de importação impostas pelos EUA, que chegam a até 145% em certos produtos chineses.
Segundo informações divulgadas pela agência Bloomberg, a medida atinge em cheio a fabricante norte-americana, considerada um dos pilares do complexo industrial militar dos Estados Unidos. A ação da Boeing caiu 1,45% na Bolsa de Valores após a notícia, refletindo o impacto imediato no mercado.
Impacto no mercado global de aviação
A decisão do governo chinês favorece concorrentes como a europeia Airbus e a estatal chinesa Comac. Fabricantes de menor porte também podem se beneficiar, como a Embraer, cujas ações (EMBR3) registraram alta de 3,06% na B3, cotadas a R$ 64,65.
O mercado de aviação da China é o que mais cresce no mundo, e o congelamento da compra de 179 aeronaves da Boeing pelas três principais companhias aéreas do país – Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines – representa um duro golpe no cronograma da fabricante até 2027.
Crise se agrava para a Boeing
A Boeing já enfrenta um momento turbulento com problemas na cadeia de suprimentos, maior pressão regulatória e quedas na reputação após falhas recorrentes de segurança em seus aviões. A suspensão chinesa agrava ainda mais a situação da empresa no cenário global.
Trump reage e acusa China de “renegar acordos”
O ex-presidente Donald Trump comentou o caso em sua rede social Truth Social, criticando duramente a atitude chinesa. “A China está renegando acordos comerciais e tratando de forma brutal os nossos agricultores e a Boeing. Não têm respeito algum pelo nosso país sob governos democratas”, escreveu Trump, reforçando seu discurso nacionalista para sua base eleitoral.
China pode subsidiar empresas afetadas
Ainda segundo a Bloomberg, o governo chinês estuda formas de subsidiar companhias aéreas locais que operam com jatos da Boeing e estão sofrendo aumento nos custos por causa das tarifas dos EUA, o que indica que a guerra comercial entre as potências deve se intensificar nos próximos meses.
Além disso, a China está agora desenvolvendo ativamente sua própria aeronave de longo curso C-929. A aeronave de média distância C-919 é produzida desde 2015, operada por três companhias aéreas chinesas.