A Bolívia emitiu nesta semana um alerta de seca para o lago Titicaca, um dos maiores da América Latina, localizado na fronteira entre a Bolívia e o Peru.
O Serviço Hidrográfico Nacional da Força Naval da Bolívia informou que a profundidade do lago está dois centímetros abaixo do nível que é considerado preocupante.
Segundo as projeções este é apenas o começo de uma realidade que preocupa as comunidades indígenas aimarás, que dependem do lago para sua subsistência e temem que a seca possa afetar permanentemente a flora e a fauna da região.
Em dezembro, há uma “alta probabilidade” de que o Lago Titicaca esteja 64 centímetros abaixo do nível de alerta de seca, quebrando o recorde de baixa de 33 centímetros estabelecido em 1998.
Mateo Vargas, um pescador de 56 anos que viveu no Lago Titicaca por metade de sua vida, disse que costumava pescar “muitos” peixes todos os dias. Agora você é considerado sortudo se conseguir pegar seis.
Sua esposa Justina Condori compartilha sua angústia. “Os peixes desapareceram”, disse a mulher de 58 anos, que acredita que, se as condições atuais persistirem, haverá até fome.
As mulheres que vendem peixe frito e outros lanches à beira do lago enfrentam custos mais altos com os ingredientes e aquelas que ganham a vida transportando pessoas de um lado para o outro do lago estão alterando suas rotas, pois suas jangadas e barcos não param mais em suas docas habituais.
Essas dificuldades econômicas estão fazendo com que muitos moradores da área migrem para outras partes do país, deixando para trás seus moradores habituais, principalmente idosos.
As águas do Titicaca sempre foram rasas ao redor da cidade, então a seca é ainda mais visível ali.