O número de crianças e adolescentes com planos de saúde que buscam tratamento para transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo, cresceu significativamente nos últimos anos. Um levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) revela um aumento de 80% no número de beneficiários de 0 a 15 anos que realizaram consultas e sessões com profissionais como terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos e fisioterapeutas entre 2019 e 2023.
Em 2023, mais de 9% dos beneficiários de planos de saúde nessa faixa etária realizaram ao menos um dos atendimentos analisados pela ANS, um salto em comparação aos 5% registrados em 2019. Esse crescimento pode estar relacionado ao aumento no diagnóstico de transtornos do neurodesenvolvimento no Brasil, segundo a agência.
A pesquisa da ANS analisou um conjunto de 38 procedimentos, como consultas e sessões de terapia, que são comumente indicados para o tratamento de transtornos como o autismo. Embora os dados indiquem um crescimento significativo na procura por esses serviços, a ANS ressalta que os atendimentos podem ter outras indicações e que o número de beneficiários com diagnóstico formal de transtornos do neurodesenvolvimento pode ser ainda maior.
O aumento da demanda por serviços de saúde para crianças com transtornos do neurodesenvolvimento coloca novos desafios para os planos de saúde e para o sistema de saúde como um todo. É fundamental garantir o acesso a serviços de qualidade e o acompanhamento adequado desses pacientes ao longo da vida.
A ANS destaca que o objetivo do levantamento é contribuir para o debate sobre a melhoria do atendimento a esses pacientes na saúde suplementar. Os dados podem servir como base para a criação de políticas públicas mais eficazes e para o desenvolvimento de novas estratégias de atendimento.