Bolsonaristas contrários ao resultado da eleição presidencial realizam atos em frente a bases do Exército nesta quarta-feira (2), em pelo menos 24 estados e o Distrito Federal.
Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) pedem intervenção militar, o que é inconstitucional, e “intervenção federal com Bolsonaro no poder”. Nos estados onde foram registrados atos, a polícia segue acompanhando e, até o momento, não há registros de confusões.
Em Santa Catarina, o Grupo de Apoio ao Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) apura um vídeo em que bolsonaristas aparecem repetindo um gesto semelhante à saudação nazista “Sieg Heil”, uma espécie de reverência, enquanto todos cantam o Hino Nacional.
Os estados que registraram atos antidemocráticos nesse feriado de finados foram:
- Goiás
- Tocantins
- Distrito Federal
- Mato Grosso
- Mato Grosso do Sul
- Rio Grande do Sul
- Santa Catarina
- São Paulo
- Minas Gerais
- Rio de Janeiro
- Espírito Santo
- Pernambuco
- Ceará
- Piauí
- Alagoas
- Bahia
- Paraíba
- Sergipe
- Rio Grande do Norte
- Maranhão
- Acre
- Amazonas
- Roraima
- Rondônia
- Pará
Goiás
O estado registra ao menos dois atos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, um em frente à Base Aérea de Anápolis e o outro perto de um quartel militar, em Goiânia.
Nas duas manifestações, bolsonaristas pedem o cumprimento do artigo 142 da Constituição Federal, ou seja, eles querem intervenção federal. De acordo com a constituição, o dispositivo disciplina a função das Forças Armadas no país.
Mato Grosso
No município de Cáceres, a 250 km de Cuiabá, bolsonaristas bloquearam a Avenida Marechal Castelo Branco, em frente ao 66º Batalhão de Infantaria Motorizada – Batalhão “General José Miguel Lanza”.
A manifestação apoia os bloqueios nas rodovias, iniciados na noite de 30 de outubro, após a apuração das urnas. Em Mato Grosso, nesta quarta-feira, a Polícia Rodoviária informou que acompanha 31 pontos de interdição.
Mato Grosso do Sul
Os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro se reúnem em uma manifestação em frente ao Comando Militar do Oeste, próximo ao Aeroporto Internacional, em Campo Grande, interditando ao menos duas pistas de rolamento da avenida Duque de Caxias, na vila Alba, na capital.
Rio Grande do Sul
Os atos se concentraram na capital Porto Alegre, em frente ao prédio do Comando Militar do Sul e ruas próximas. Entre os manifestantes, diversas faixas com frases como “intervenção federal já” e “supremo é o povo”, pautas antidemocráticas e inconstitucionais. A Constituição proíbe intervenção militar.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, no ato em frente ao 14º Regimento de Cavalaria Mecanizado, base do Exército de São Miguel do Oeste, bolsonaristas repetiram um gesto semelhante à saudação nazista “Sieg Heil”, uma espécie de reverência, enquanto todos cantam o Hino Nacional.
O MP não descarta pedidos de prisão preventiva. O caso é apurado pelo Grupo de Apoio ao Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).
Em São Paulo, apoiadores do presidente realizaram ato contra o resultado da eleição presidencial se reuniram em diversos municípios. Na capital, os apoiadores de Jair Bolsonaro fizeram o ato em frente ao Comando Militar do Sudeste, na região do Parque do Ibirapuera, Zona Sul da cidade.
Atos em frente a prédios do Exército Brasileiro também acontecem em cidades do centro-oeste paulista, como Bauru e Assis, onde os manifestantes entoaram gritos contra o presidente eleito, Luís Inácio Lula da Silva (PT), e fizeram pedidos inconstitucionais, como a intervenção militar, por exemplo. O protesto bloqueou as ruas no entorno do local.
Também houve protestos no entorno dos Tiros de Guerra de São José do Rio Preto, Araçatuba, e em Mogi das Cruzes, onde a prefeitura disse que por ser feriado, o volume de usuários das vias é baixo e o impacto real é pequeno.
Minas Gerais
Em Belo Horizonte, um grupo de bolsonaristas protesta na avenida Raja Gabaglia, na altura do bairro Gutierrez, Região Oeste, em frente à sede do Comando da 4ª Região Militar do Exército.
Também há registros de protestos em Juiz de Fora, em frente à Companhia de Comando da 4ª Brigada Infantaria Leve, onde os apoiadores do presidente cantaram por diversas vezes o hino nacional e gritavam “Deus, pátria, família e liberdade”, palavras repetidas pelo presidente Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
Na capital carioca, atos de bolsonaristas acontecem em pelo menos dois pontos: em frente ao Comando Militar do Leste, no Centro, e na Vila Militar, na Zona Oeste. Os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) exibiam faixas e entoavam gritos de “intervenção já!”, “prontos para a guerra!” e “eu autorizo!” — a Constituição de 1988 proíbe intervenção militar sob pretexto de “restauração da ordem”.
Pernambuco
No estado, bolsonaristas bloquearam o trânsito na Avenida Pan Nordestina, em Olinda, e, em outro local, se reuniram em frente ao Comando Militar do Nordeste (CMNE), no Curado, Zona Oeste do Recife.
Ceará
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro realizaram, pela manhã, uma manifestação de teor antidemocrático em frente ao Comando da 10ª Região Militar, em Fortaleza. No ato, eles exibiram cartazes e gritaram palavras de ordem com pedido de uma ditadura militar no país e a prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.
Bahia
Na Bahia, militantes bolsonaristas participam de atos em frente aos quartéis do Exército de Salvador e Feira de Santana e nas BRs 020, em Luís Eduardo Magalhães, no oeste, e 101, em Itamaraju, no extremo sul.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que a arma é airsoft, réplica de armas de fogo que funciona como armas de pressão que dispara projéteis plásticos. Disse ainda que o homem foi orientado a guardá-la.
Acre
Bolsonaristas se reuniram em frente ao Comando de Fronteira Acre, o 4° Batalhão de Infantaria de Selva (4º Bis), em Rio Branco, para protestar contra o resultado das eleições. Vestidos de verde e amarelo e segurando bandeiras do Brasil, os manifestantes também cantaram o hino nacional e fizeram orações durante o ato.
Outro ato também ocorre na praça do 1º BIS da cidade de Cruzeiro do Sul, no interior do estado.
Amazonas
O ato, que contou com caminhões e carros, teve início na rodovia BR-174, que liga Manaus (AM) a Boa Vista (RR) durante a manhã e seguiu até a Avenida Coronel Teixeira, na capital. Por volta de 13h, eles deixaram a rodovia e seguiram para o bairro Ponta Negra, na capital.