A Diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu nesta quinta-feira (11/7) autorizar a comercialização de óleo combustível marítimo (bunker) com 24% de biodiesel, a pedido da Petrobras. Esta é a primeira autorização concedida pela ANP para a comercialização contínua de bunker com conteúdo renovável destinado ao uso em navios.
Entre setembro de 2022 e janeiro de 2024, a Petrobras, com autorização da ANP, realizou testes em navios utilizando bunker com adição de biodiesel, variando de 10% até 24%. Os resultados dos testes mostraram que não houve problemas no funcionamento dos motores e outros sistemas operacionais dos navios, além de uma significativa redução nas emissões de gases de efeito estufa.
No teste mais recente, com 24% de biodiesel, além de não apresentar problemas operacionais, houve uma redução de cerca de 19% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação com o combustível sem conteúdo renovável.
A mistura do bunker com biodiesel será feita nos terminais, em conformidade com as especificações vigentes de ambos os combustíveis, sem necessidade de alterações nos processos dos produtores. Esta medida está alinhada com a estratégia adotada em 2023 pelos estados membros da Organização Marítima Internacional (IMO), incluindo o Brasil, para reduzir as emissões provenientes do transporte marítimo, com o objetivo de zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050.
A International Organization for Standardization (ISO), na edição mais recente da norma ISO 8217, publicada em maio, já admite o uso de 100% de biodiesel na navegação. Com base na experiência dos testes autorizados pela ANP e nas revisões das normativas internacionais, a Diretoria da ANP também sugeriu a inclusão da revisão da Resolução ANP nº 903/2022 no próximo ciclo da Agenda Regulatória da ANP.