Uma perereca pousou para foto com Zoologista e roubou a cena.
A perereca fotogênica é um dos destaques na página @thiagobiotrips no Instagram administrada pelo Doutor em Zoologia Thiago Silva Soares.
“Aliás, para quem já viu ou OUVIU uma: você sabia que o sapo-martelo (Boana faber) é uma perereca? É essa aí da foto, repare nos discos adesivos! Isso é das pererecas, o que faz elas grudarem nas coisas! Sapo não tem, mas ‘nome popular’ é assim né, não tá errado, é como o povo chama e pronto!”, comentou Thiago no post.
O sapo-martelo (nome científico: Boana faber, antiga nomenclatura: Hyla wachei), também conhecido como sapo-ferreiro, é uma espécie de anuro da família Hylidae, que pode ser encontrada no Brasil, na Argentina e no Paraguai. Habita florestas tropicais úmidas e suas áreas de entorno, como a Mata Atlântica e o Cerrado, podendo ser visto também em plantações e florestas secundárias. É arborícola e costuma estar próximo a corpos d’água.
Os machos medem em média entre 8,5 e 9,5 centímetros e as fêmeas entre 9 e 10 centímetros. Possui uma coloração entre o marrom-claro e o cinza, havendo uma linha escura no dorso, com a possibilidade de ocorrerem manchas no entorno.
Seus discos adesivos e as membranas interdigitais são grandes e volumosas e os machos possuem um tubérculo no quarto dedo, que se assemelha a um espinho, que é usado em disputas territoriais com outros machos. Seu nome comum é uma alusão ao seu coaxar, que se assemelha com a batida de um martelo em uma bigorna.
Sua reprodução é prolongada, ou seja, os participantes chegam de maneira assincrônica e pode durar até meses. Ocorre durante a estação chuvosa, que costuma ser compreendida pelos meses de dezembro a fevereiro, começando com a construção de ninhos em formato de panela, depois do que os machos vocalizam em seu interior para atrair as fêmeas, que os escolhem de acordo com o ninho. Alguns machos também podem conseguir fêmeas usurpando ninhos já construídos ou simplesmente tomando fêmeas já em reprodução.
Durante o amplexo, são depositados de 3 mil a 4 mil ovos num cordão gelatinoso na superfície da água, e depois o macho apresenta cuidado parental e cuida dos ovos até sua eclosão. Após o nascimento dos girinos, eles permanecem na piscina até fortes chuvas, que transbordam o ninho e os leva para corpos d’água maiores, como rios e lagoas, onde completam sua metamorfose no período de um ano.
Possui uma dieta generalista e oportunista, alimentando-se tanto de vertebrados, como outros anfíbios, quanto invertebrados, tipo besouros, formigas e gafanhotos. Existem relatos de canibalismo na espécie, com indivíduos adultos predando imagos, e com girinos maiores se alimentando dos menores. Pode ser predado por inúmeros animais nos seus diferentes estágios de vida, por meio das baratas-d’água enquanto ainda é larva, e por cobras e outros anfíbios quando adulto. Também pode ser atacado pelos mosquitos do gênero Corethrella, que são atraídos pela sua vocalização.
Se você gostou deste post: Perereca pousa para foto com Zoologista; veja – vai gostar também de ler esta notícia: Pensa numa sucuri grande; assista