Geralmente a doação de sangue retira aproximadamente 450 mililitros de sangue do ser humano e a coleta é feita por profissionais capacitados e sempre sob supervisão de um médico ou enfermeiro, garantindo o bem-estar do doador. Mas sabia que o seu pet também pode ser um doar?
Não são apenas os humanos que podem salvar vidas, os pets também podem ser heróis. Certas enfermidades podem levar um gato ou cachorro a precisar de sangue; acidentes ou cirurgias também são capazes de provocar a perda de volume sanguíneo, despertando a necessidade da transfusão.
Não são apenas os humanos que podem salvar vidas, os pets também podem ser heróis
Doenças que causam anemia, como hemoparasitose, popularmente conhecida como “doença do carrapato”, doenças autoimunes, intoxicações, FeLV nos felinos e alguns tipos de tumores são as mais recorrentes na rotina clínica.
“Cães e gatos podem e devem doar sangue, mas existem certos requisitos e procedimentos a serem seguidos para garantir uma experiência tranquila e saudável para o pet, sem que isso abale seu emocional e atrapalhe sua missão em ajudar”, comenta Nathália Chiroze, veterinária do Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo.
No entanto, por envolver o emocional dos pets, já que eles não entendem o que está sendo feito, a doação de sangue pode ser um pouco mais delicada. Mas nada que uma boa orientação aos tutores, carinho e paciência não resolvam.
Cães e gatos podem e devem doar sangue, mas existem certos requisitos
Pensando nisso, o CenárioMT esclarece algumas dúvidas sobre o procedimento, para orientar os tutores acerca da doação de sangue em pets. Confira:
Quais são os requisitos para a doação?
Tanto cães quanto gatos não podem ter passado por procedimento cirúrgico há pelo menos dois meses; devem estar com as vacinas, controle de ecto e endoparasitas atualizados; e não podem estar prenhe ou amamentando, no caso das fêmeas. Também é ideal que o pet tenha um comportamento dócil e esteja clinicamente saudável.
Para cães, é preciso ter entre um a sete anos e pesar 25 quilos ou mais, levando em consideração seu porte; já os felinos precisam ter entre um e oito anos e pesar mais de 4,5 quilos.
Como é realizado o procedimento?
Após o cadastro e check-up com exames laboratoriais de triagem, que confirmam a possibilidade da doação, tem início o procedimento. Ele dura de 15 a 30 minutos, a depender do comportamento do pet, que fica deitado durante toda a coleta.
Ela é realizada com um acesso próximo ao pescoço, por esse motivo, costuma ser um procedimento mais delicado e que exige mais tranquilidade do pet.
Após a coleta da bolsa, o sangue é dividido em três componentes: plaquetas, plasma e hemácias. Após são armazenados sob refrigeração. Desta maneira, um doador de sangue pode ajudar mais de um animal com componentes sanguíneos diferentes, salvando mais vidas.
Por ser um procedimento rápido, a maioria dos cães consegue realizá-lo sem nenhum tipo de sedação, mas ela pode ser necessária. Já os gatos precisam geralmente de medicação leve, já que são menos adeptos à manipulação.
Existe tipificação sanguínea?
Existem tipos sanguíneos nos cães e a compatibilidade entre eles é importante quando for realizada a transfusão, pois nem todos são compatíveis entre si. Os tipos sanguíneos dos cães são seis, porém são complexos e continuam em estudo, mas sabe-se que o “DEA 4” é considerado doador universal.
Em relação aos gatos, os grupos sanguíneos são descritos pelo sistema AB, sendo eles: A, B, AB. O tipo sanguíneo A tem maior prevalência, sendo o tipo B mais incomum e o tipo AB considerado raro.
Quais cuidados os tutores devem ter com os pets após a doação?
Ao final da doação de sangue, o pet é liberado para casa e não há restrição ou necessidade de internação, podendo continuar com sua rotina normalmente. No caso do pet doador frequente, é necessário esperar de um a três meses entre uma doação e outra. Geralmente, esse intervalo depende do estado geral do doador e do protocolo empregado pelo banco de sangue.