Sucuri gigante bloqueou uma rodovia durante travessia e o vídeo é destaque no canal do Biólogo Henrique – O Biólogo das Cobras – no YouTube.
O vídeo da cobra sucuri na rodovia BR-174, foi gravado por Tailan Vieira Barros, no dia 19 de fevereiro, na região do município de Caracaraí, no estado de Roraima (RR).
Tailan trafegava de moto pela rodovia quando avistou a sucuri gigante. Ele parou a motocicleta e interrompeu o trânsito até que a cobra atravessa totalmente a rodovia.
“Eu fiquei eufórico e feliz demais, porque meus colegas que são biólogos nunca tiveram essa oportunidade. E eu fiquei maravilhado e ver dessa forma crua, sentir o cheiro e a imponência dela não tem preço. Minha viagem ficou mais feliz”, relatou o jovem.
De acordo com o Biólogo Henrique Abrahão, trata-se de uma cobra sucuri fêmea de aproximadamente 4,5 metros.
“As sucuris não atacam os seres humanos, mas se você tocar na cobra pode levar uma mordida. Uma pessoa sozinha pode ter problemas. Não existe relatos oficiais de uma sucuri que tenha devorado um ser humano, isso não significa que nunca possa ter acontecido”, relatou ao CenárioMT, Henrique Abrahão.
O especialista alerta ainda que em caso de alguém se deparar com uma cobra sucuri, é manter cautela.
“É importante manter uma distancia segura, tanto para você, quanto para o próprio animal”, completou.
ASSISTA AO VÍDEO ONDE MOSTRA A SUCURI ATRAVESSANDO A RODOVIA:
A SUCURI
A sucuri é uma cobra da família Boidae, pertencente ao gênero Eunectes e sua distribuição geográfica é restrita à América do Sul.
Até o momento são conhecidas quatro espécies de sucuri ─ Eunectes notaeus, Eunectes murinus, Eunectes deschauenseei e Eunectes beniensis ─ sendo as três primeiras com ocorrência no Brasil e a última ocorrente na Bolívia.
A Eunectes murinus é a maior cobra do continente americano, chegando a medir até 11 metros e 60 centímetros, e a segunda maior a nível mundial, perdendo em tamanho apenas para a cobra píton (Python reticulatus) do sudeste Asiático.
A cor das diferentes espécies de sucuri varia conforme a espécie. A Eunectes murinus possui um colorido de fundo que varia da verde oliva a preta, com pares de ocelos escuros em cada lado do dorso, e o ventre é amarelo, com manchas muito irregulares.
É mais frequente o seu avistamento em ambientes da Amazônia e do Cerrado onde o padrão de coloração da sua pele ajuda na camuflagem.
Já a espécie Eunectes notaeus que possui um porte menor tem um colorido de fundo mais amarelo e ao longo de todo o corpo e cauda existem manchas pretas que atravessam o dorso de um lado ao outro, em forma de sela. São encontradas em áreas que inundam anualmente, como a região do Pantanal, no Brasil.
Estas cobras vivem perto de córregos, rios e lagos. Apesar de não serem ágeis em ambiente terrestre, elas são muito rápidas dentro d’água podendo ficar até 30 minutos sem respirar. Possuem hábitos crepusculares e noturnos.
A estratégia utilizada para caçar é a da espreita seguida do bote. As sucuris não são venenosas, pois não possuem dentes inoculadores de veneno, mas sua mordida é forte o bastante para atordoar sua presa que rapidamente é envolvida pela musculatura forte e robusta da serpente.
Utilizam esta tática em animais que se aproximam dos corpos d’água para beber, surpreendendo sua presa em potencial dando o bote e matando-a por constrição e afogamento. Na dieta das sucuris é possível encontrar diversos vertebrados, como por exemplo: peixes, rãs, lagartos, jacarés, aves e roedores.
São cobras vivíparas, podendo parir mais de 50 filhotes numa gestação de oito meses, com tamanhos entre 60 cm e um metro de comprimento. As fêmeas são maiores que os machos, atingindo maturidade sexual por volta dos seis anos de idade. De modo geral, as espécies de sucuri podem viver por até 30 anos.
O ser humano é o maior responsável pela morte deste réptil devido ao medo que sentem desta cobra e devido também ao interesse pela pele da sucuri que no comércio internacional é bastante valiosa para o mercado da moda.
Ataques a pessoas por sucuris são bastante raros. Porém, imagens de filmes fictícios como Anaconda, estão fixadas no imaginário popular, e contribui desta forma para a má fama das sucuris de devoradora de homens, o que não representa a realidade. Quando se sentem ameaçadas pelo homem, as sucuris geralmente mordem como forma de defesa.
A captura e a manipulação inadequada destas cobras é que costumam resultar em acidentes. (Por Camila Oliveira da Cruz; Mestre em Ecologia (UERJ, 2016); Graduada em Ciências Biológicas (UFF, 2013))
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