Saiba quem é o Santo do Dia, hoje quarta-feira, 17 de março é comemorado dia de dois santos, confira abaixo:
S. PATRÍCIO BISPO, APÓSTOLO DA IRLANDA
Um rapaz de oração
Maewyn Succat, seu nome de Batismo, nasceu na Bretanha Romana, entre os anos 385 e 392, em uma família cristã. Com a idade de dezesseis anos, foi sequestrado por um grupo de piratas irlandeses e levado para o norte da Irlanda, onde foi vendido como escravo. Na sua “Confissão”, assinada como Patricius, narra a experiência daqueles anos: «O amor e o temor a Deus cresceram em mim, como também a fé. Em um dia, rezava uma centena de orações; à noite, quase o mesmo tanto. Rezava nos bosques e nas montanhas, até antes da aurora. “Nem a neve, nem o gelo, nem a chuva me extraviavam».
Após seis anos de prisão, Patrício teve um sonho premonitório que a sua liberdade era iminente; obedecendo a visão, que teve de noite, enquanto dormia, escapou da vigilância e percorreu cerca de 200 quilômetros a pé até chegar ao litoral. Ali conseguiu atrair a compaixão de alguns marinheiros, que o levaram consigo e o reconduziram à Bretanha, onde pôde abraçar a sua família.
Outra visão
Poucos anos depois, Patrício teve outra visão, que a descreveu sempre em suas “Confissões”: «Vi um homem que vinha em minha direção, como se estivesse vindo da Irlanda; ele se chamava Vitorico e trazia consigo algumas cartas e me entregou uma. Li a primeira linha, que dizia: “Invocação dos irlandeses”. Enquanto a lia, parecia ouvir as vozes dos que moravam na floresta de Vocluto – o lugar da sua prisão, perto do mar ocidental; – parecia que estavam me implorando, chamando-me “jovem servo de Deus”, para que eu fosse até lá».
Esta visão reanimou Patrício a prosseguir seus estudos de formação, vindo a ser ordenado sacerdote por Dom Germano, Bispo de Auxerre. No entanto, ainda não havia chegado a hora de realizar seu sonho de evangelizar a Irlanda. A sua candidatura ao ministério episcopal, em vista do seu envio à Irlanda, foi-lhe negada por causa de uma sua presumível falta de preparação, devido à irregularidade dos estudos. Este desgosto permaneceu por muito tempo em Patrício, que admitiu em suas “Confissões”: «Não estudei como os outros, que se nutriram, de igual medida, do direito de aprender a Sagrada Escritura, por terem aperfeiçoado a língua, desde a infância. Eu, ao invés, tive que aprender uma língua estrangeira. Alguns me acusam de ignorância e de falar de modo gago; mas, na verdade, dizem que os que falam de modo gago aprendem, rapidamente, a falar de paz».
Bispo da Irlanda
Finalmente, em uma data desconhecida, entre os anos 431 e 432, Patrício foi consagrado Bispo da Irlanda pelo Papa Celestino I. Assim, chegou a Slane em 25 de março de 432. O Bispo que o havia precedido, Dom Palladio, tinha regressado desanimado à sua pátria, após menos de dois anos de missão. Logo, Patrício teve que enfrentar sérias dificuldades: o chefe de uma das tribos dos druidas procurou matá-lo; por isso, foi preso por sessenta dias.
Apesar das tribulações, Patrício continuou sua obra missionária, por quarenta anos, conseguindo converter milhares de irlandeses, implantando a vida monacal e fixando a sede episcopal em Armagh.
O trifólio
Segundo a tradição, São Patrício usava explicar o mistério da Santíssima Trindade mostrando um trifólio, no qual três folhinhas são interligadas por uma única haste. O primeiro testemunho disso remonta ao ano 1726, mas esta tradição poderia ter raízes bem mais antigas.
As imagens de São Patrício o representam, muitas vezes, com uma cruz, em uma mão, e um trifólio, na outra. Por isso, hoje, o trifólio é o símbolo da festa de São Patrício, que se celebra em 17 de março, dia da sua morte, ocorrida em 461, em Saul. Seus restos mortais foram trasladados para a catedral de Down, que, desde então, passou a ser chamada Downpatrick.
Oração para São Patrício
Conheça a oração do santo do dia 17 de março, São Patrício:
Eu me uno hoje,
À grandeza de Deus para dirigir-me,
Ao poder de Deus para proteger-me;
À sabedoria de Deus para iluminar-me;
Ao amor de Deus para libertar-me;
Ao olho de Deus para discernir;
Ao ouvido de Deus para escutar;
À palavra de Deus para esclarecer e criar;
À chama de Deus para purificar.
À mão de Deus para me abrigar;
À senda de Deus para caminhar;
Ao escudo de Deus para guardar-me;
Ao exército de Deus para defender-me.
Contra as armadilhas do demônio;
Contra as tentações e os vícios;
Contra inclinações errôneas;
Contra homens que tramam o mal;
Perto ou longe, sejam muitos ou poucos;
Encarnados ou não, pelo rádio ou pela televisão.
Cristo à minha frente;
Cristo atrás de mim;
Cristo à minha direita;
Cristo à minha esquerda;
Cristo acima de mim;
Cristo abaixo de mim;
Cristo esteja sempre comigo;
Cristo esteja sempre em meu coração.
Cristo na visão,
De cada olho que me procurar;
Em cada ouvido que me escutar;
Em cada boca que me falar.
Cristo portanto,
Em cada coração eu saúdo.
Eu me uno hoje a tríade;
E chamo, com fé a trindade;
Para a unidade de Deus sobre tudo;
Em toda a parte manifestada.
Amém
S. JOÃO SARKANDER, PRESBÍTERO E MÁRTIR
São João Sarkander foi um Sacerdote que soube viver do Mistério pascal: o Salvador foi para ele força também no martírio. Possais também vós sempre haurir força da Cruz de Cristo e da sua Ressurreição.
Papa João Paulo II – 07 de maio de 1997
João Sarkander, sacerdote e mártir, nasceu em 20 de dezembro de 1576 em Skoczów na Silésia (hoje Polônia) filho de Gregory Mattia Sarkander e Helena Górecka, casada em segundo casamento. Após a morte de seu pai (1589), a família mudou-se para Pribor na Morávia com o vivia o filho sacerdote de Helena, nascido de seu primeiro casamento. João estudou na escola paroquial, na faculdade jesuíta em Olomouc, na Universidade de Praga e na Faculdade de Teologia de Graz.
Em 1608 tornou-se sacerdote em Brno. Posteriormente, realizou sua atividade pastoral em diversas paróquias e dioceses de Olomouc.
Em 1616, foi nomeado pároco de Holešov, sede do tenente da Morávia, Ladislav Popel, de Lobkovic, do qual se tornou conselheiro e confessor. Após o levante dos nobres boêmios, na sua maioria protestantes, contra o Império Austríaco, seu programa de buscar os fiéis de volta para a Igreja Católica tornou-se muito problemático, e após a prisão de Lobkovic, esperando por melhores tempos, João foi em uma peregrinação a Nossa Senhora de Częstochowa (1619) e durante 5 meses permaneceu na Polônia.
Esta viagem à Polônia foi fatal. Depois de seu retorno, ele foi acusado de espionagem a favor do rei polonês, que naquele momento tinha invadido com suas tropas em apoio ao Imperador da Áustria, saqueando a Morávia, mas poupando a cidade de Holešov, cujos fiéis foram encontrar as tropas polacas em uma procissão eucarística, liderada por João Sarkander.
O novo juiz principal da Morávia, protestante, mandou capturar Sarkander por acusações de traição. Ele sofreu quatro interrogatórios acompanhados de tortura cruel e prolongada (13 a 18 de fevereiro de 1620). Após um mês de sofrimento, ele morreu na prisão em 17 de março de 1620, aos 46 anos.
Padre João Sarkander foi beatificado por Pio IX em 6 de maio de 1860. O processo de beatificação mostrou que ele foi torturado por ódio pela fé, a razão política serviu de pretexto. Em 21 de maio de 1995, foi canonizado pelo Papa João Paulo II.